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T Ó P I C O : Sugestão de medida para minimizar a ação de possíveis geadas

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Sugestão de medida para minimizar a ação de possíveis geadas


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 20/05/2018 18:36:31


Leonardo Assad Aoun comentou em: 20/05/2018 18:52

 

Sugestão de medida para minimizar a ação de possíveis geadas

 

20160718_074420

A SINCAL através de contatos com o Dr. José Brás Mattiello, uma vez que estamos acompanhando várias manifestações com previsões e artigos sobre uma possível ocorrência de geadas em regiões produtores de café, vem apresentar um trabalho sobre medidas para o produtor minimizar os efeitos da geada.

Neblina atmosférica

A proteção pela neblina ocorre através da redução na radiação térmica para o espaço, funcionando como se fosse uma nuvem, mantendo calor sobre a área. Apesar do processo ser seguro, para geadas de irradiação, a sua eficiência depende de muitos cuidados, necessários ao preparo, com antecedência, dos materiais e equipamentos, ter uma equipe treinada e agir em curtíssimo prazo, na madrugada da geada. Além disso, uma outra dificuldade a transpor é a necessidade de proteger toda a bacia, observada e demarcada sobre cartas do IBGE, a qual, na maioria das vezes, compreende várias propriedades, que, assim, deveriam agir em conjunto, coordenadamente.

 

            Existem 2 tipos fundamentais de nebulizadores anti-geada:

 

a) formadores de neblina aquosa;

 

b) de neblina oleosa.

 

A neblina oleosa é formada pela queima de óleo diesel em equipamentos termonebulizadores (tipo Dynafog ou Pulsfog), existindo, ainda, máquinas (tipo Venturi) que produzem aerosóis pela atomização de óleo em uma corrente de ar quente, que apresentam bons resultados, produzindo gotas de 10-30 microns (ideais antigeada) e têm capacidade para nebulizar mais de 300 litros de óleo por hora, podendo ser transportados sobre veículos, atingindo vários pontos e podendo cobrir grandes bacias, substituindo muitas baterias de tambores com mistura fumígena antigeada. O equipamento Pulsfog gera neblina, através de gotas de óleo, à razão de 120 l/hora, para 60 ha.

A neblina aquosa é obtida pela condensação da umidade do ar, através da queima de misturas fumígenas, antes disponíveis no mercado na forma de cápsulas (Britageada, Fumex, Glacida etc) e, atualmente, só podendo ser preparadas pelo próprio cafeicultor, como a serragem salitrada, conforme fórmula a seguir:

 

Pó-de-serra (serragem de madeira).......100 litros

Salitre do Chile...........................................8 litros

  ou

Nitrocálcio.................................................12 quilos

Óleo queimado ou diesel............................5 litros

 

A mistura deve ser bem homogeneizada e peneirada, em seguida depositada ( 80 l) em meios tambores de 200 l (cortados transversalmente). O nº de tambores depende do tamanho e características da bacia, sendo, normalmente, usados em baterias (5-10 tambores), cada bateria dando para 200-500 ha de área total da bacia hidrográfica a ser protegida e onde se encontram os cafezais a proteger. Para acender deve-se derramar 1 xícara de álcool ou gasolina sobre a mistura no tambor e atirar um fósforo. Após 3-4 minutos queimando em chama, caso não apague, deve-se abafar, com tampa ou regando pouca água, para que fique apenas neblina, que dura 20-60 minutos. Aceso o 1º tambor da bateria observa-se o caminhamento da neblina.

Se ela descer a encosta rapidamente é sinal que é noite de geada típica. Acende-se, em seguida, os demais. Se a neblina subir e se dissipar, quer dizer que não é noite de geada e suspende-se a nebulização.

A grande desvantagem da neblina aquosa, com a mistura salitrada, é que os núcleos de condensação são de alcatrão, pouco higroscópicos, menos estáveis, o que acelera a dissipação da neblina, deixando de funcionar adequadamente.

Além dos cuidados na localização dos nebulizadores (de neblina aquosa ou oleosa) e no seu modo correto de utilização é muito importante observar o momento certo de fazer a neblina, caso contrário ou se perde o tempo e o material ou se perde a oportunidade de evitar a geada: 1º).É preciso ficar atento aos avisos de previsão de geada, a nível regional (Inst. de Meteorologia). 2º) É necessário manter termômetros na lavoura, principalmente em sua parte mais baixa. Esses termômetros devem ser colocados em estacas dentro dos cafezais a  50 cm de altura do solo; 3º) É preciso observar, à noite, se a atmosfera é calma, o céu estrelado e se a temperatura (em abrigo meteorológico) tenha atingido menos de 10ºC à tardinha (18:00h) e se tenha havido ventos frios, de norte a oeste, nos 2-3 dias anteriores. 4º) O início da aplicação da neblina deve ser quando a temperatura dos termômetros, na parte mais baixa ( + fria) do cafezal atingir + 2ºC, mesmo antes da meia-noite.

Se essa temperatura for atingida pelas 3 horas da manhã bastará usar metade da neblina prevista e se essa temperatura for observada após 5 horas da manhã já não é preciso nebulizar.

Como se vê, é preciso investir e ter muita atenção, sendo arriscado não dar certo. Por isso, pouquíssimos produtores ainda tentam usar a proteção direta. Vale, então, para a geada, o ditado: - É mais fácil prevenir do que remediar. Portanto, tendem a crescer, na prática, as medidas preventivas conforme aqui detalhado.

Fonte: SINCAL

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