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T Ó P I C O : #TESTE: Folha avalia os 10 cafés mais vendidos em supermercados de São Paulo

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#TESTE: Folha avalia os 10 cafés mais vendidos em supermercados de São Paulo


Autor: Daniela Novaes

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6 comentários

Último comentário neste tópico em: 04/11/2012 13:07:55


Daniela Novaes comentou em: 31/10/2012 09:36

 

Teste Folha avalia os 10 cafés mais vendidos em supermercados de São Paulo

 

O cafezinho nosso de cada dia é de baixa qualidade e de amargor acentuado. Foi essa a conclusão unânime a que três especialistas chegaram depois de provar às cegas as dez marcas de cafés mais vendidas em três supermercados de São Paulo, a convite da Folha.

Os rótulos foram pinçados a partir do ranking fornecido pelo Pão de Açúcar, pela Casa Santa Luzia e pelo Empório Santa Maria -não há um levantamento oficial. São eles: Origem Brasil, Santo Grão, Café do Ponto (foi provado o Cafeterie), Bravo, Floresta, Pilão, Mellita, Pelé, 3 Corações e Caboclo.

Para o júri, formado por Silvia Magalhães, gerente da Italian Coffee, Caio Alonso Fontes, editor da revista "Espresso", e Gelma Franco, diretora da Associação Brasileira de Café e Barista, os cafés mais bem avaliados exibiram notas cítricas e frutadas, doçura, corpo, frescor.

FLASH INTERATIVO, CLIQUE NA SETA !

É o caso do Origem Brasil, que teve a nota mais alta (7,8 pontos). Nele, foram identificadas notas achocolatadas e "acidez prazerosa". O amargor, por outro lado, apareceu, com persistência -sempre identificado por todos os especialistas-, nas marcas mais mal avaliadas. Servem de exemplo o Caboclo, último colocado (com 3 pontos), o 3 Corações e o Pelé, que vieram em seguida, com 3,8 pontos.

Mas por que, então, o brasileiro ainda compra café amargo, mesmo com o crescimento da oferta de opções gourmets nas gôndolas de supermercado?

De acordo com a última pesquisa da Abic (Associação Brasileira da Indústria do Café), feita em parceria com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o fator determinante na compra de um rótulo é a marca a que o consumidor está habituado.

Isso ajuda a explicar a resistência à chegada de cafés gourmet, de melhor qualidade. Neste caso, outro fator é o preço: os cafés gourmet podem ser até quatro vezes mais caros que os tradicionais.

No entanto, a mesma pesquisa, realizada para identificar as tendências do consumo de café e o perfil do mercado de consumidores no Brasil, também demonstra que há um aumento de pessoas dispostas a pagar mais por um produto melhor -45% dos consumidores, em 2010, contra 34% em 2008.

"Nossa referência é o café ruim", diz Gelma Franco. Caio Fontes explica que a torra extraforte "mata todos os aspectos positivos do café, como sabor, aroma e acidez...".

Para ele, o consumidor deve "aproveitar a oportunidade de fazer do hábito de tomar café um momento mais prazeroso", sem ficar preso aos hábitos tradicionais.

"A escolha do café é ditada pela educação, pelos hábitos e pelo estilo. É como a escolha de um vestido ou de um terno", diz Kenneth James em "Escoffier - O Rei dos Chefs" (ed. Senac), a biografia do chef Auguste Escoffier (1846-1935), um dos mais importantes cozinheiros da França.

Para auxiliar o consumidor a arriscar mais na hora da compra e procurar alternativas mais bem avaliadas, experts dão dicas do que fazer diante de uma gôndola de supermercado, abarrotada de embalagens de café.

É DE AMARGAR!

O bom café não deve ter amargor, cravam os especialistas. No entanto, foi essa a característica identificada com mais regularidade pelos jurados na degustação às cegas promovida pelo "Comida".

Cafés amargos são geralmente submetidos a torras extrafortes, de grãos muito queimados que comprometem e mascaram o sabor.

É possível buscarmos, na história, a predileção por esse tipo de bebida. Auguste Escoffier (1846-1935), o francês considerado o pai da gastronomia moderna, começou sua carreira de cozinheiro no gosto incontido pelo café.

Proibido de tomar a bebida aos dez anos de idade, pois tinha "efeito estimulante" e era reservada aos momentos especiais da elite, virou seu objeto de desejo.

Foi de olho em sua avó que aprendeu o método de preparo e o repetiu -às escondidas- pouco depois. Pois seu primeiro gole foi uma tragédia: amargo, amargo.

Na França, a torra sempre foi, tradicionalmente, muito escura -o que destaca o amargor dos grãos na xícara.

Isso porque, com colônias como a África, que produz larga quantidade de cafés robusta (espécie que resulta em bebida de qualidade inferior), os grãos exigem uma torra mais intensa para que tenha suas características indesejáveis mascaradas, explica Nathan Herszkowicz, diretor da Abic (Associação Brasileira da Indústria de Café).

No Brasil, também surgiu o hábito de tomar café muito torrado. Aqui, a matéria-prima sempre careceu de qualidade -historicamente, a produção de café no país foi ditada pela quantidade e não pela qualidade do produto.

É recente o movimento de produtores em investir em suas lavouras e buscar melhores práticas de colheita, secagem e variedades de café para se obter um produto de qualidade superior.

Pois os grãos commodities, com porcentagem de defeitos (que interferem negativamente na bebida), eram (e ainda são) extratorrados aqui pelo mesmo motivo: uma forma de esconder os problemas dessa bebida, que poderiam torná-la "intragável". "Também colabora o fator econômico", diz Herszkowicz. "Quanto mais escura a torra, mais o café rende no preparo: menos pó é usado para fazer a mesma quantidade."

Fato é que o brasileiro tem tomado cada vez mais café e está cada vez mais disposto a pagar por um produto de melhor qualidade.

No mesmo cenário, se enxerga o crescimento ininterrupto da oferta de cafés gourmets nas gôndolas -em 2000 não havia nenhuma marca gourmet, hoje são 110, de acordo com a Abic.

Está nas mãos do consumidor se desprender das tradições, abrir os horizontes para novos cafés e assimilar práticas mais cuidadosas. O café deve ser moído somente antes do consumo e comprado fresco, "como tomate", diz a barista tricampeã brasileira, Silvia Magalhães. "Toda semana!"

TESTE FOI FEITO COM CAFÉ COADO, O MAIS CONSUMIDO

A degustação foi feita às cegas na sala de provas da Italian Coffee, em São Paulo. Todas as bebidas foram preparadas no coador, o método preferido por mais de 90% da população, segundo estudo da Abic.

O barista Rafael Godoy seguiu as instruções de preparo das embalagens. Na ausência de orientações, usou uma colher de sopa de café por xícara. Foram priorizados cafés para preparo em coador.

O Café do Ponto não foi encontrado -em seu lugar foi testado o Cafeterie, produto da mesma marca (em grãos, para expresso).

Segundo a coordenadora do Centro de Preparação do Café, Cleia Junqueira, "os cafés em grãos para expresso também podem ser utilizados para qualquer método de preparo".

Fonte: Folha de São Paulo

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Kelly Stein comentou em: 31/10/2012 12:34

 

Podemos comparar alhos com bugalhos?

 

Gostaria de perguntar para vocês - especialistas em café - se podemos realmente comparar café da indústria e os cafés gourmet (ou cafés especiais). Considerando que cada um tem foco e público diferentes, analisá-los de igual para igual é no mínimo um equívoco.

Pensei que, por fazerem parte de categorias diferentes, essa comparação feita pelo jornal A Folha de S.Paulo é injusta.

Esta minha colocação faz sentido?

Obrigada.

Abraços,

Kelly

 

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Camila Arcanjo comentou em: 31/10/2012 17:39

 

comparação entre categorias

 

Kelly, concordo com você! E não teria problema este tipo de avaliação se fosse feita com no mínimo 5 jurados e fossem colocados cada um na sua categoria de Gourmet, Superior ou Tradicional, como a própria matéria indica. A legislação para comercializar cafés para o Estado de São Paulo permite esta separação. Há indústrias que fornecem os três tipos (gourmet, superior e tradicional), e informar só as notas e não colocar a categoria, confunde o consumidor e pode prejudicar uma marca... 

E acredito (?!) que não era esse o objetivo. 

Abraços 

Camila Arcanjo

 

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Helga Andrade comentou em: 31/10/2012 18:24

 

Essa história de café de qualidade.

 

Meninas, até que concordo com as considerações de vocês, separar por categorias evitaria uma confusão que o consumidor-leitor provavelmente deve ter na cabeça depois de ler essa reportagem. Apesar de que não concordo muito com essa tendência que acaba existindo de um consumidor classificar-se como "consumidor de tradicional" e achar que o café tradicional com a melhor nota é o melhor que ele pode ter na vida... 

O que eu achei um grande erro foi a falta de informações nessa matéria. Se houvessem dados sobre o que cada marca comunica (como se posiciona frente ao consumidor) e sobre os critérios para avaliar esses cafés (e calibragem, e parâmetros...), mesmo comparando cafés de linhas diferentes, seria um estudo interessante.

Pelo que compreendi, a proposta foi avaliar o que está disponível ao consumidor na gôndola em SP. Para mim, não cumpriu o objetivo.

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Fernando Souza Barros comentou em: 02/11/2012 12:33

 

COMO CONSUMIDORES QUEREMOS O CUMPRIMENTO...

 

             Prezados Companheiros

      Como consumidores e contribuintes queremos pelo menos o cumprimento da lei que já existe no Estado do Paraná e que deverá ser estendida ao nosso País como um todo até para preservar nossa saúde e nos dar a chance de sabermos e aprendermos o que estamos bebendo.Diria que é como o vinho por exemplo,há diverssos tipos de uva e no Rótulo a descrição do conteúdo!

     

 
 
LEI13519 - 08/04/2002
Publicado no Diário Oficial Nº 6205 de 09/04/2002

-

 

    .
.
Estabelece obrigatoriedade de informação, conforme especifica, nos rótulos de embalagens de café comercializado no Paraná.


A Assembléia Legislativa do Estado do Paraná

decretou e eu sanciono a seguinte lei:



Art. 1º. Fica estabelecida a obrigatoriedade de informação, nos rótulos das embalagens de café comercializado no Paraná, da percentagem de cada espécie vegetal de que se compõe o produto.

§ 1º. O produto comercializado no Paraná com o nome de café, independentemente de sua apresentação, somente poderá ser produzido a partir de grãos de espécies vegetais do gênero Coffea.

§ 2º. Nos casos em que se utilizarem grãos de plantas híbridas de diferentes espécies do gênero Coffea, especificar-se-á no rótulo do produto a participação percentual do híbrido.

Art. 2º. As disposições desta lei aplicam-se ao café torrado em grão, ao café torrado moído, ao café solúvel e a todas as demais formas em que o café, destinado ao consumo humano, puro ou em mistura com outros produtos alimentícios, seja comercializados no Brasil.

Art. 3º. Para os efeitos desta lei, adotam-se as seguintes definições:

I – Café Torrado em Grão: é o endosperma beneficiado do fruto maduro de uma ou mais espécies do gênero Coffea, submetido a tratamento térmico adequado, até atingir o ponto de torra escolhido;

II – Café Torrado Moído: é o Café Torrado em Grão submetido a adequado processo de moagem;

III – Café Solúvel: é o produto resultante da desidratação do extrato aquoso obtido exclusivamente do café torrado, através de métodos físicos, utilizando água como único agente extrator;

IV – Para os efeitos desta lei, entende-se por espécies do gênero Coffea as espécies "Coffea Arábica" e "Coffea Canephora";

a) a espécie Canephora será referida no rótulo de acordo com as variedades conhecidas como "Robusta" ou "Conillon".

b) A espécie Arábica será referida no rótulo com este próprio nome.

Art. 4º. O regulamento desta lei estabelecerá, entre outros aspectos, os requisitos relativos a características sensoriais, físicas, químicas e microbiológicas, acondicionamento e higiene, os teores máximos de impurezas ou contaminantes admitidos, os planos de amostragem e os métodos de análise a serem observados.

Art. 5º. Constará das embalagens de todo o café comercializado no Paraná um selo da qualidade emitido pela produção, através da Associação Paranaense de Cafeicultores – APAC, com a fiscalização da EMATER-Paraná e aprovação técnica, através de laudo laboratorial a ser fornecido pelo Instituto Agronômico do Paraná – IAPAR.

Art. 6º. Esta Lei entrará em vigor 90 dias após a data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.

PALÁCIO DO GOVERNO EM CURITIBA, em 08 de abril de 2002.



Jaime Lerner
Governador do Estado


Deni Lineu Schwartz
Secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento


Miguel Salomão
Secretário de Estado da Indústria, do Comércio e do Turismo, em exercício


José Cid Campêlo Filho
Secretário de Estado do Governo

 

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Fernando Souza Barros comentou em: 04/11/2012 13:02

 

REFRESCANDO A MEMÖRIA

 

A heresia do café Rede Globo  

 

O programa do dia 07/08/2009 sobre café da Rede Globo foi muito bom e elucidativo.
Mas, a orientação ao consumidor falhou do ponto de vista da saúde, no momento em que o técnico de degustação de café, disse que para se fazer um bom café usa-se um blend de café Conillon com café Arábica.

Tomo a liberdade de complementar a orientação do programa.Temos que explicar que existem no mundo duas espécies de café: a espécie Arábica e a espécie Canephora, sendo este último o Robusta e o Conillon. Os cafés Robusta/Conillon são produzidos a baixo custo por serem árvores rústicas e pouco exigentes, sendo produzidos em determinados tipos de clima e solo, não aptos ao cultivo da espécie Arábica. Estes não possuem aroma, sabor ou paladar, sendo ainda adstringente, contendo altos índices de cafeína e servindo apenas para a mistura de cafés,alem de técnicas para tornar este café mais neutro. O café Arábica é uma espécie muito exigente em clima e solo, com altíssimo custo de produção, possuindo este sim sabor, paladar e aroma acentuados.

São dois cafés totalmente diferentes, até mesmo no número de cromossomas.

Não podemos admitir a banalização da mistura de café Conillon ao café Arábica, sem qualquer explicação aos consumidores da qualidade dos dois cafés, principalmente no importante aspecto referente à saúde. O café Conillon tem de duas a tres vezes mais cafeína que o café Arábica, portanto, temos de ter cuidado com as orientações de saúde.
Quando tivermos algum problema de saúde e necessitarmos consultar um médico, como disse o Dr. Darcy Lima, pergunto: como este médico poderá fornecer alguma orientação ao paciente se ele não sabe a quantidade de cafeína contida no blend, devido a não identificação das porcentagens de café contidas na embalagem?

Atenção consumidores, temos que exigir a rotulação do café. Atenção produtores de café Arábica, seu produto está sendo adicionado com outro produto que só serve como adição; é a mesma coisa que ao recebermos mais pessoas do que o esperado para comer bolinho de bacalhau e não tivermos mais bacalhau, simplesmente adicionamos mais batata, para fazermos mais bolinho de bacalhau.

Se o tal blend se tornou uma realidade, nada contra. Apenas precisamos rotular o café e identificar ao consumidor as porcentagens dos dois cafés, que temos nas embalagens de café.

No Estado do Paraná já há uma lei que obriga as indústrias a identificar as porcentagens dos cafés Arábicas e Conillon nos rótulos das embalagens.
A lei foi contestada pela indústria, mas já foi julgada constitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Estamos em fase de regulamentação.

Queremos lembrar ainda, que o melhor café do mundo é aquele que você gosta.
O que não podemos mais é praticar, em rede nacional, estas heresias contra o nosso suado cafézinho.

 

Ricardo Gonçalves Strenger

Presidente da APAC- Associação Paranaense de Cafeicultores

Londrina, 07 de agosto de 2009

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