Rede Social do Café

T Ó P I C O : Com parceria e café de qualidade, Chapada de Minas ressignifica vocação do Jequitinhonha

Informações da Comunidade

Criado em: 28/06/2006

Tipo: Tema

Membros: 5250

Visitas: 28.189.801

Mediador: Sergio Parreiras Pereira

                        

Adicionar ao Google Reader Adicionar ao Yahoo Reader Adicionar aos Favoritos BlogBlogs


Comentários do Tópico

Com parceria e café de qualidade, Chapada de Minas ressignifica vocação do Jequitinhonha


Autor: Leonardo Assad Aoun

36 visitas

1 comentários

Último comentário neste tópico em: 01/12/2025 15:18:57


Leonardo Assad Aoun comentou em: 01/12/2025 15:05

 

Com parceria e café de qualidade, Chapada de Minas ressignifica vocação do Jequitinhonha

 

Microrregião, que abrange cerca de 331 mil habitantes, consolidou-se como um polo de excelência graças ao terroir e à persistência dos produtores

Café está transformando a vida de milhares de pequenos produtores e ressignificando a vocação do Vale do Jequitinhonha para a riqueza

Café está transformando a vida de milhares de pequenos produtores e ressignificando a vocação do Vale do Jequitinhonha para a riqueza

O Vale do Jequitinhonha, região historicamente associada à seca e à pobreza, está vivendo uma silenciosa e profunda revolução econômica impulsionada pelo café arábica de alta qualidade. A região, que representa 14% do território de Minas Gerais e abriga mais de 950 mil habitantes – dos quais dois terços vivem na zona rural –, ainda concentra parte significativa dos 30 municípios mineiros em situação de extrema pobreza. Mas, com a Chapada de Minas, um recorte de 22 municípios, o território que carrega o estigma da miséria, refletido em seus indicadores sociais, emerge como a nova fronteira do café no Brasil – inclusive o especial –, transformando a vida de milhares de pequenos produtores e ressignificando a vocação da região para a riqueza.

A mudança de ventos para os produtores teve início a partir da criação do Instituto do Café da Chapada de Minas (ICCM) em 2018, em parceria com o Sebrae Minas. Essa união deu origem à marca-território “Chapada de Minas” em 2019, e produtores locais descobriram, por meio de análises sensoriais, capacitações e consultorias, o potencial do terroir local – marcado por altitudes entre 800 m e 1.200 m, noites frias e solos ricos em minerais, que produzem cafés naturalmente doces, aromáticos e equilibrados. Isso abriu espaço para a produção de um grão mais valorizado no mercado.

Hoje, a microrregião produz anualmente cerca de 400 mil sacas de café, com rendimento médio de 31,4 sacas por hectare, gerando 20 mil empregos diretos e indiretos. E, se o café é o motor da transformação na região, a parceria promovida pelo ICCM é o combustível para proporcionar novas perspectivas. No município de Capelinha, a Fazenda Poço Dantas, do produtor Benito Godinho, é um exemplo de gestão moderna e foco em sustentabilidade na Chapada de Minas. Com 120 hectares de café, a fazenda investe em qualidade desde 2014, mas foi com o selo “Chapada de Minas” que a produção avançou.

A propriedade, que participa do programa Educampo do Sebrae, tem certificações internacionais importantes, como a Rainforest Alliance, que identifica produtores de café que usam métodos sustentáveis e agricultura regenerativa, demonstrando um compromisso com práticas ambientais avançadas. Ulisses Godinho, gestor da Poço Dantas e filho de Benito, destaca a importância do selo “Chapada de Minas” para combater o anonimato da região, afirmando que, apesar de já terem produzido cafés que venceram o Cup of Excellence (principal concurso de qualidade de cafés no mundo), o reconhecimento da origem ainda é um desafio.

“O selo ‘Chapada de Minas’ tem sido muito importante para dar reconhecimento à nossa região. Apesar de produzirmos cafés excelentes, quase ninguém no Brasil conhece a Chapada de Minas. Esse selo vem trazer esse conhecimento, levar as pessoas a conhecer o que é a nossa região”, relata. A fazenda também investe em mecanização, com planos de adquirir uma colhedora automotriz, e busca aprimorar o processamento, realizando experiências com fermentação, embora o principal desafio, segundo Benito, ainda seja a falta de infraestrutura para reserva de água.

Visualizar | |   Comentar     |  



1