T Ó P I C O : Cenário favorável de mercado impulsiona investimentos de produtores de café na Chapada de Minas
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Cenário favorável de mercado impulsiona investimentos de produtores de café na Chapada de Minas
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 01/12/2025 14:55:34
Leonardo Assad Aoun comentou em: 01/12/2025 14:37
Cenário favorável de mercado impulsiona investimentos de produtores de café na Chapada de Minas
Em janeiro deste ano, o preço da saca de 60 kg do café arábica alcançou R$ 2.301,60, o maior valor já registrado desde o início das medições, em 1997
Na Chapada de Minas, algumas propriedades conseguem obter até 60% de cafés especiais do total produzido, o que é um índice excepcional tendo em vista os cuidados que o produto demanda - Foto: Thalita Martins
O momento vivido pela Chapada de Minas, recorte que abrange 22 municípios produtores de café do Vale do Jequitinhonha, coincide com um dos períodos mais favoráveis da história recente do café. Em janeiro de 2025, o preço da saca de 60 kg do café arábica alcançou R$ 2.301,60, o maior valor já registrado desde o início das medições, em setembro de 1997, chegando a R$ 2.628 no final de fevereiro. Os preços elevados refletem um cenário global de oferta restrita e demanda crescente.
Segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), a produção mundial para 2024/25 está estimada em 174,9 milhões de sacas, enquanto o consumo global deve atingir 168,1 milhões de sacas, gerando um estoque final de 20,9 milhões de sacas – o menor das últimas 25 temporadas. No Brasil, os estoques nacionais também registraram queda significativa: ao final do primeiro semestre de 2024, o volume armazenado era de 13,7 milhões de sacas, 24% abaixo do registrado em 2023.
“É importante lembrar também: o café está a R$ 2.400 (o preço médio da saca de café arábica), mas não tem café no mercado. Os estoques mundiais estão baixíssimos. Está todo mundo desesperado atrás de café; é pura economia de oferta e demanda”, aponta Cláudio Castro, analista estadual de agronegócio do Sebrae. “Grandes marcas fecham contrato futuro com dois, três anos de antecedência. Então, é um momento em que pode parecer que o produtor está se ‘engenhando’ muito, mas não é bem assim. Eu diria que, neste ciclo, os produtores que são atentos e querem perpetuar o negócio estão, na verdade, colocando a casa em ordem”, garante.
Dentro desse cenário aquecido do mercado de café, o segmento de cafés especiais – aqueles com pontuação acima de 80 na escala da Specialty Coffee Association (SCA) – apresenta perspectivas ainda mais promissoras. O mercado global de cafés especiais deve alcançar US$ 152,69 bilhões até 2030, com taxa de crescimento anual de 12,32%, segundo a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil). Esse tipo de grão representa aproximadamente 20% da safra brasileira atual, e pequenos produtores – como os da Chapada de Minas – são responsáveis por 80% dessa produção específica no país. Em 2024, a exportação de café especial do Brasil cresceu 1,2% em volume, totalizando 8,907 milhões de sacas, o que representa 19,5% do total exportado, segundo relatório do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Na Chapada de Minas, algumas propriedades conseguem obter até 60% de cafés especiais do total produzido, o que é um índice excepcional tendo em vista os cuidados que o produto demanda. O potencial de valorização é significativo: cafés especiais podem obter preços a partir de 50% acima dos convencionais, mas vencedores de concursos alcançam patamares muito superiores. No leilão do Cup of Excellence 2023, por exemplo, o café campeão foi vendido por R$ 84,5 mil por saca, estabelecendo o maior valor da história por um café natural brasileiro – um contraste marcante com os R$ 2.400 da saca de café arábica cotada em novembro no mercado convencional.
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