T Ó P I C O : Bolsistas da Embrapa apresentam estudos sobre açaizeiros, café e ração para peixes no Congresso Amapaense de IC
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Criado em: 28/06/2006
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Bolsistas da Embrapa apresentam estudos sobre açaizeiros, café e ração para peixes no Congresso Amapaense de IC
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Bolsistas da Embrapa apresentam estudos sobre açaizeiros, café e ração para peixes no Congresso Amapaense de IC
Foto: Composição: Ricardo Costa
Bolsistas Embrapa/CNPq, graduandos de cursos das áreas de Ciências Agrárias e Ciências Biológicas, apresentarão seus trabalhos nos dias 16 e 17, na Ueap, em Macapá.
Dez bolsistas de Iniciação Científica da Embrapa Amapá participam do 14º Congresso Amapaense de Iniciação Científica (Conaic), que será realizado no período de 16 a 18 de outubro, no campus I da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), em Macapá (AP). Os estudantes de graduação, vinculados a cursos das áreas de Ciências Agrárias e Ciências Biológicas, são orientados por pesquisadores da Embrapa e desenvolvem pesquisas com bolsas custeadas pelo CNPq. Os trabalhos abordam temas conectados aos desafios das práticas agropecuárias no Amapá, como manejo e cultivo de açaizeiros, coleta sustentável de sementes de andiroba e pracaxi em florestas de várzea, potencial do café robusta no cerrado amapaense, e ração artesanal produzida com aproveitamento de resíduos de pescado, entre outros.
A banca avaliadora será composta pelos pesquisadores doutores Luiz Antônio dos Santos Dias (Universidade Federal de Viçosa), Sonia Maria Schaefer (Embrapa Amapá), e Marlene Evangelista Vieira (Ueap), que considerarão critérios como clareza na comunicação oral, qualidade dos recursos visuais, domínio do conteúdo, originalidade e relevância do tema, rigor metodológico e aplicabilidade dos resultados, conforme o Regulamento do Congresso.
O 14º Conaic reúne alunos de graduação vinculados aos programas de iniciação científica ou tecnológica da Universidade Federal do Amapá (Unifap), da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), da Embrapa Amapá, do Instituto Federal do Amapá (Ifap) e do (Instituto Estadual de Pesquisas Científicas e Tecnológicas (Iepa), que apresentarão resultados de pesquisas desenvolvidas na vigência 2024/2025.
Para o chefe-geral da Embrapa Amapá, Jô de Farias Lima, a participação dos bolsistas no evento é um estímulo à formação de novos talentos científicos. “A iniciação científica é uma oportunidade de despertar o interesse pela pesquisa e aproximar os jovens das grandes questões que envolvem o desenvolvimento sustentável da Amazônia”, destacou. A cerimônia de premiação ocorrerá no dia 22 de outubro, na sede do Sebrae Amapá, como parte da programação local da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT).
Confira a lista dos bolsistas da Embrapa Amapá:
Apresentações no dia 16/10 (quinta-feira) – Manhã
- Análise sensorial de açaí batido de frutos de cultivo
Este trabalho será apresentado pela bolsista Ana Clara Barreto Ramalho, acadêmica de Farmácia da Universidade Federal do Amapá (Unifap), orientada pela pesquisadora Valeria Saldanha Bezerra. O estudo teve como objetivo avaliar a aceitação e o perfil sensorial de uma amostra de polpa de açaí processada. A análise sensorial foi conduzida com um painel de 30 consumidores não treinados. A aceitação do produto foi mensurada por meio de uma escala hedônica estruturada de 9 pontos, enquanto o perfil descritivo foi levantado pela metodologia Check-All-That-Apply (CATA). Os resultados demonstraram uma excelente aceitação da amostra, que obteve média hedônica de 8,6 e um Índice de Aceitabilidade de 95,19%. Na análise descritiva, o atributo "Cor de açaí" foi o mais mencionado pelos consumidores (80,0%), o que destaca uma característica enquanto identidade sensorial positiva do produto. Atributos depreciativos relacionados a aroma, sabor e aparência não foram assinalados por nenhum participante. A conclusão indica que a elevada aceitação da amostra está correlacionada ao perfil sensorial, percebido como autêntico e isento de defeitos, reforçando a importância da análise sensorial como ferramenta estratégica para a garantia da qualidade e o desenvolvimento de produtos alinhados à preferência do consumidor.
- Efeitos simulados de secas e inundações em açaizeiros
Este trabalho será apresentado pela bolsista Brenda Stefany Marcelino de Alencar, acadêmica de Engenharia Florestal da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), sob orientação da pesquisadora Ana Cláudia Lira Guedes. O objetivo desse estudo foi avaliar o crescimento e desenvolvimento de plântulas de Euterpe oleracea (açaizeiro) em cenários de seca e inundação extremas na várzea estuarina. A conclusão é que plântulas de Euterpe oleracea estagnam o crescimento em diâmetro e em altura para evitar uma maior desidratação durante longo período sem água. Quando submersas em água, as plântulas continuam a incrementar em altura para elevar as folhas o mais longe possível da água e ter maior funcionalidade do aparelho fotossintético diante da enchente.
- Redes neurais artificiais para áreas manejadas em açaizais
Este trabalho será apresentado pelo bolsista Josué Henrique Borges Ramos, acadêmico de Engenharia Florestal da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), sob a supervisão do pesquisador Marcelino Carneiro Guedes. O objetivo do estudo foi detectar açaizais manejados em imagens de satélites com algoritmos de Redes Neurais Artificiais. O trabalho se concentrou na Ilha das Cinzas, no município de Gurupá (PA). Para Isso, foi utilizado uma imagem do satélite comercial DailyVision de 75 cm de resolução espacial. Para realizar a classificação, foi utilizado o software ArcGIS Pro e no software foi utilizado a ferramenta de classificação supervisionada com Redes Neurais. Na imagem do satélite DailyVision apenas o U-NET-EfficientNet-B0 conseguiu detectar áreas de manejo acima dos 8% de 2015, possuindo possivelmente uma área de 428,359 ha ou 14,05% de áreas de manejo na Ilha das Cinzas, enquanto o U-NET-ResNet-31 não se aproximou nem de 1% de manejo na ilha. O algoritmo U-NET-EfficientNet-B0 confirmou 63 dos 65 possíveis novos açaizais, mantendo uma eficiência de campo de 95,38%, reforçando a eficiência das redes neurais nos trabalhos de manejo florestal.
- Coleta de sementes de andiroba e pracaxi em floresta de várzea
Este trabalho será apresentado pela bolsista Lorena Sousa Melo, acadêmica de Engenharia Florestal da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), sob orientação do pesquisador Marcelino Carneiro Guedes. O objetivo foi verificar a intensidade de coleta sustentável de sementes de andiroba e de pracaxi para a extração do óleo, a fim de manter o processo de regeneração natural e a conservação das espécies em floresta de várzea estuarina. O estudo vem sendo realizado na comunidade São José do Rio Maniva, representada pela Associação de Desenvolvimento Intercomunitário do Rios Corredor, Furo dos Chagas, Maniva e Cutias (ADINCOCMA), situada no Projeto de Assentamento, Ilha do Pará, Afuá (PA). Nesta comunidade foram alocadas três parcelas permanentes, com todas as andirobeiras e pracaxizeiros adultos inventariados. O estudo constatou, entre outras conclusões, que a abordagem de coleta moderada das sementes, apenas no pico de produção, apresenta resultados favoráveis à regeneração natural das espécies, em relação à coleta intensiva e às áreas testemunhas.
- Experimento de açaizeiro (Euterpe oleracea) para produção na entressafra do Amapá
Este trabalho será apresentado pela bolsista Tatiana Pereira dos Santos, acadêmica de Engenharia Florestal da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), sob orientação do pesquisador Gilberto Yokomizo. O estudo revelou ampla variabilidade genética entre 100 progênies de Euterpe oleracea, permitindo identificar materiais com maior produtividade por meio do quantitativo e tamanho dos cachos. Foi realizado o teste Scott-Knott e boxplots por progênie. Mostraram diferenças significativas, destacando o Grupo A pelo maior número e cachos maiores e com mais frutos. Os resultados indicam potencial para selecionar genótipos promissores e desenvolver cultivares adaptadas às várzeas do Amapá, incluindo variedades melhoradas com produção na entressafra, ampliando o período de safra, assegurando oferta regular de frutos, redução de custos e fortalecimento da cadeia produtiva do açaí.
- Adubação e nutrição mineral em açaizeiro
Este trabalho será apresentado pela bolsista Raqueline Shirlen da Silva Bezerra, acadêmica de Engenharia Agronômica do Instituto Federal do Amapá (Ifap), sob orientação do pesquisador Nagib Jorge Melém Junior. O objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da adubação mineral com doses de Nitrogênio (N), Fósforo (P) e Potássio (K) nos teores foliares desses nutrientes em plantas de açaizeiro com nove anos de idade. O estudo foi realizado no Campo Experimental do Cerrado da Embrapa Amapá no Km 43 da BR-210 (Macapá/AP), onde foi avaliada a influência de três fertilizantes na adubação das plantas, que foram: N, P2O5 e K2O, utilizando quatro níveis de cada fator (0,74, 148 e 222 g/planta de N; 0, 82, 164 e 246 g/planta de P2O5 e 0, 152, 304 e 456 g/planta de K2O). A conclusão é de que os teores de nitrogênio foliar, embora não tenham sido afetados diretamente pela adubação nitrogenada, apresentaram um decréscimo com o aumento das doses de adubação fosfatada e potássica. Em contrapartida, os teores de potássio foliar aumentaram de forma consistente com o incremento da adubação potássica.
Apresentações no dia 17/10 (sexta-feira) – Tarde
- Rações artesanais com farinhas de resíduo de pescado
Este trabalho será apresentado pela bolsista Amanda Mendes Pacheco, acadêmica de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado do Amapá (Ueap), sob orientação da pesquisadora Eliane Yoshioka. O objetivo deste estudo foi desenvolver tecnologias voltadas ao cultivo de peixes, como a pirapitinga, utilizando farinhas artesanais produzidas a partir de resíduos de pescado, com foco na nutrição padronizada e na melhoria do desempenho zootécnico e da saúde, contribuindo para o desenvolvimento da atividade aquícola no estado do Amapá, com redução de custos de produção e geração de alternativas para uma piscicultura sustentável. O experimento foi realizado no Laboratório de Aquicultura e Pesca da Embrapa Amapá, alimentando exemplares de pirapitinga com três rações experimentais, isoprotéicas: (1) Controle, sem farinha de resíduo de pescado; (2) Ração com predominância de farinha de carne pescado; e, (3) Ração com predominância de farinha de ossos de pescado. O estudo demonstrou que farinhas produzidas a partir de resíduos de pescado, tanto com maior predominância de carne, quanto de ossos de pescado, são alternativas nutricionais eficazes e sustentáveis para a criação de pirapitingas.
- Efeitos de temperaturas constantes na sobrevivência de Fopius arisanus (Sonan, 1932)
O trabalho será apresentado pela bolsista Bianca Dagmar Guedes de Lima, acadêmica de Ciências Ambientais da Universidade Federal do Amapá (Unifap), orientada pelo pesquisador Ricardo Adaime da Silva. O objetivo do trabalho foi avaliar o efeito de três temperaturas constantes (20º, 25º e 30ºC) na sobrevivência e taxa de parasitismo de F. arisanus sobre Bactrocera carambolae (mosca-da-carambola) em goiaba (Psidium guajava L., Myrtaceae). Os resultados preliminares indicaram que o fruto hospedeiro atua como uma barreira térmica, oferecendo condições ótimas à sobrevivência do parasitoide, mesmo em temperaturas elevadas.
- Ração suplementada com Bixina (Bixa orellana) em diferentes concentrações
Este trabalho será apresentado pelo bolsista Gabriel Fauro, acadêmico de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado do Amapá (Ueap). O estudo teve como objetivo avaliar os parâmetros nutricionais de ração elaborada com ingredientes sazonais presentes em mercado local, e seu incremento com corante natural. A ração foi confeccionada no Laboratório de Nutrição e Experimentação de Organismos Aquáticos da Universidade do Estado do Amapá (Ueap) com auxílio do programa TD Software Ltda. O extrato de bixina foi adquirido direto de laboratório com suas concentrações já definidas. Os resultados obtidos demonstraram que as diferentes concentrações de bixina adicionadas às rações não promoveram diferenças estatisticamente significativas (p > 0,05) em relação às variáveis analisadas, indicando que a variação na concentração do pigmento não influenciou de forma relevante os parâmetros avaliados. A conclusão é que a bixina, além das aplicações tecnológicas como corantes, também podem ser utilizadas pela indústria como antioxidantes naturais, proporcionando uma alternativa capaz de substituir ou minimizar o uso de aditivos sintéticos.
- Potencial do café robusta no cerrado amapaense
Este trabalho será apresentado pela bolsista Nicole Galucio de Matos, acadêmica de Ciências Ambientais na Universidade Federal do Amapá (Unifap), sobre orientação do pesquisador Rogério Mauro Machado Alves. O objetivo do trabalho foi avaliar a produtividade de clones de café robusta no cerrado amapaense, para identificar materiais genéticos adaptados a este ambiente, e fortalecer a base científica para o desenvolvimento da cafeicultura no estado do Amapá. O estudo foi realizado no Campo Experimental de Fazendinha e no Campo Experimental do Cerrado, ambos pertencentes à Embrapa Amapá. A avaliação dos clones de café robusta no cerrado amapaense revelou produtividades superiores às médias nacional e regional, confirmando a adaptação da espécie às condições edafoclimáticas locais. Esse cenário evidencia o potencial do cerrado do Amapá como nova fronteira agrícola para a cafeicultura, com capacidade de diversificar a produção, gerar renda e fortalecer a economia local.
Dulcivânia Freitas (DRT-PB 1.063/96)
Embrapa Amapá
Contatos para a imprensa
amapa.nco@embrapa.br
Fonte: Embrapa
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