T Ó P I C O : CAFÉ: Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas em 2024
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CAFÉ: Brasil exportou mais de 50 milhões de sacas em 2024
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 15/01/2025 22:49:36
Leonardo Assad Aoun comentou em: 15/01/2025 20:20
Brasil exporta 3,8 mi de sacas em dezembro e fecha 2024 com recorde de 50,4 mi
Volume foi alcançado com desempenhos históricos nos embarques de arábica, que cresceram 20%, e, principalmente, canéfora, que avançaram 98% ante 2023
O Brasil exportou 3,808 milhões de sacas de 60 kg de todos os tipos do produto ao exterior em dezembro do ano passado, obtendo uma receita cambial de US$ 1,145 bilhão. Sobretudo, performance que representa queda de 8,1% em volume, mas alta de 42,2% no ingresso de divisas em relação ao mesmo período de 2023. No entanto, com o desempenho do mês passado, o país bateu o recorde anual de exportação, com o embarque de 50,443 milhões de sacas. Primeiramente, os dados fazem parte do relatório estatístico mensal do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
Com o resultado, aferindo incrementos de 28,5% na comparação com o ano anterior e de 12,8% frente ao maior montante antecedente, registrado em 2020.
“Esse resultado foi puxado pelos embarques recordes das variedades arábica, que cresceram 20% ante 2023. E, principalmente, canéfora, que avançaram 98% no comparativo anual”, destaca o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira.
Tipos de café
No acumulado dos 12 meses de 2024, o café arábica, com o envio de 36,946 milhões de sacas ao exterior, foi o mais exportado pelo país. Entretanto, esse é o maior volume da história para essa espécie, equivale a 73,2% do total e implica alta de 19,8% na comparação com 2023.
Os cafés canéforas (conilon + robusta) vieram na sequência e apresentaram o maior avanço percentual nos embarques do ano passado, ao registrarem expressiva evolução de 97,9 pontos frente a 2023. Contudo, entre janeiro e dezembro de 2024, o país remeteu o recorde de 9,356 milhões de sacas ao exterior, o que gerou uma representatividade de 18,5% nas exportações totais.
Todavia, o segmento do café solúvel, com seu segundo melhor desempenho na história ao exportar 4,093 milhões de sacas (avanço de 13% e 8,1% do total). E, por fim, o produto torrado e torrado e moído, com 48.687 sacas (-5% e 0,1% de representatividade), completaram a lista.
Receita Cambial
A entrada de divisas no país em função dos embarques cafeeiros também alcançou o melhor desempenho na história do levantamento do Cecafé. Desse modo, puxada pelos recordes apurados em café verde e solúvel. De janeiro a dezembro do ano passado, por exemplo, as remessas renderam US$ 12,515 bilhões ao Brasil. Ou seja, avançando 55,4% sobre 2023 e 35,4% em relação ao maior montante antecedente, registrado em 2022.
Ferreira explica que a performance histórica em volume e receita das exportações brasileiras reflete o cenário do mercado global. No qual, vive momento de oferta restrita e consequente elevação dos preços da commodity.
“Grandes produtores como Vietnã e Indonésia tiveram safras menores devido a adversidades climáticas. O Brasil, mesmo com uma colheita aquém do seu potencial, produziu o suficiente para honrar seus compromissos. E,, ainda, preencher a lacuna deixada pela falta de robusta dos concorrentes asiáticos. Com o consumo mundial se mantendo aquecido, foi natural o aumento dos preços e o crescimento dos ingressos com nossos embarques”, analisa.
Principais destinos
Desde já, os Estados Unidos foram o principal parceiro comercial dos cafés do Brasil no ano passado. Os norte-americanos importaram 8,131 milhões de sacas de janeiro a dezembro, o que equivale a 16,1% de todas as exportações. E implica crescimento de 34% na comparação com 2023.
Já a Alemanha, com 15% de representatividade, adquiriu 7,590 milhões de sacas (+51,3%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vieram Bélgica, com a importação de 4,348 milhões de sacas (+96,4%); Itália, com 3,914 milhões de sacas (+25%); e Japão, com 2,211 milhões de sacas (-6,3%).
O Brasil, além de ocupar o espaço deixado pela oferta restrita de outras nações cafeeiras, também abasteceu esses países ao longo de 2024, tendo remetido 4,122 milhões de sacas a esses produtores. O feito representa uma alta de 29,9% na comparação com 2023.
Nesse grupo, por exemplo, destacaram-se as exportações realizadas para México, com 1,312 milhão de sacas (+140,6%). Além disso, Vietnã, com 681.612 sacas (+364,8%); Índia, com 284.208 sacas (+1.596%); e Indonésia, com 203.400 sacas (+7,2%).
Continentes
Por continentes, a Europa, com representatividade de 52,6%, consolidou-se como o principal destino dos cafés do Brasil ao importar 26,529 milhões de sacas em 2024. Contudo, o volume significou um incremento de 40,6% ante o ano antecedente.
Na sequência, vieram a América do Norte, respondendo por 21,2% do total, com a compra de 10,681 milhões de sacas (+46,2%). E a Ásia, com 9,796 milhões de sacas (+11,4%) e 19,4% de participação no total.
Blocos econômicos
Por outro lado, quando a análise é realizada por blocos econômicos, com exceção ao Mercosul (-18,4%), os demais ampliaram a importação de todos os tipos de café do Brasil. A União Europeia, por exemplo, que respondeu por 46,8% dos embarques, liderou a lista com a aquisição de 23,612 milhões de sacas no ano passado. Dessa maneira apresentou um crescimento de 42,8%.
Na sequência, apareceram os países do Tratado de Associação Transpacífico (TPP), com 6,857 milhões de sacas (+37%). Bem como Oriente Médio, com 3,266 milhões de sacas (+22,1%); BRICS, com 2,798 milhões de sacas (+19,9%); Países Árabes, com 2,375 milhões de sacas (+31,5%). E, por fim, o Leste Europeu, com 2,042 milhões de sacas (+74,7%).
Cafés diferenciados
Primordialmente, os cafés que possuem qualidade superior ou certificados de práticas sustentáveis responderam por 18,1% das exportações totais brasileiras no ano passado. Desse montante, com a remessa de 9,141 milhões de sacas ao exterior. Sobretudo, esse volume é 31,2% superior ao registrado em 2023.
Aliás, com um preço médio de US$ 277,28 por saca, a receita cambial com os embarques dos cafés diferenciados ficou em US$ 2,535 bilhões. Ou seja, corresponde a 20,3% do obtido com os embarques totais de café de janeiro a dezembro do ano passado. No comparativo anual, o valor é 59,9% maior do que o registrado em 2023.
De antemão, no ranking dos principais destinos dos cafés diferenciados em 2024, os EUA ficaram na liderança, com a compra de 2,028 milhões de sacas. A princípio, o equivalente a 22,2% do total desse tipo de produto exportado.
Fechando o top 5, apareceram Alemanha, com 1,619 milhão de sacas e representatividade de 17,7%; Bélgica, com 992.794 sacas (10,9%). Ainda assim, Holanda (Países Baixos), com 611.063 sacas (6,7%); e Itália, com 365.663 sacas (4%).
Gargalos na logística e prejuízos
Apesar dos recordes alcançados, o presidente do Cecafé lembra que os exportadores associados vêm enfrentando uma série de entraves logísticos. Principalmente nos portos, devido a contínuos atrasos e alterações de escala de navios para embarcar o produto, além de sucessivas rolagens de cargas.
Sobretudo, um levantamento iniciado pela entidade em junho, contando com dados de 27 empresas associadas, revela um prejuízo de R$ 42,332 milhões até o final de novembro do ano passado. As empresas representam 75% das exportações totais de café.
Entretanto, esses custos extras se referem a detentions, pré-stacking, antecipação de gates e armazenagens adicionais devido ao volume de 1,615 milhão de sacas (4.895 contêineres) acumuladas nos portos brasileiros sem embarque entre janeiro e novembro de 2024.
“O desempenho extraordinário que o Brasil obteve com as remessas de café ao exterior se deve ao incansável trabalho das equipes de logística dos nossos exportadores associados. Eles buscaram alternativas como o break bulk para realizar os embarques, e ao apoio dos terminais portuários, especialmente em Santos (SP), que estão empenhando esforços para atender às demandas do segmento e consolidar as exportações de café”, explica Ferreira.
Segundo Boletim Detention Zero (DTZ), somente em novembro, 66% dos navios, ou 200 de um total de 304 porta-contêineres, tiveram atrasos ou alteração de escalas nos principais portos do Brasil. Como resultado, impactaram nos embarques de café.
Portos
Primeiramente, o Porto de Santos permaneceu como o principal exportador dos cafés do Brasil em 2024, com 34,277 milhões de sacas e representatividade de 68% no total. Na sequência, apareceram o complexo portuário do Rio de Janeiro, que respondeu por 27,9% dos embarques ao remeter 14,075 milhões de sacas ao exterior. E por fim, Porto de Vitória (ES), que exportou 474.222 sacas e teve representatividade de 0,9%.
Safra 2024/25
Contudo, as exportações brasileiras de café no acumulado entre julho e dezembro de 2024 somaram 26,049 milhões de sacas. Ou seja, gerando uma receita cambial de US$ 7,165 bilhões. Ambos os cenários são os maiores da história para o primeiro semestre de um ano safra cafeeiro no Brasil. E foram impulsionados pelos recordes alcançados, em sacas e dólares, com os embarques de café verde e solúvel. Desse modo, na comparação com os seis primeiros meses da temporada 2023/24, foram registrados crescimentos de 13% em volume e 59,4% em receita.
O relatório completo das exportações dos cafés do Brasil em 2024 está disponível no site do Cecafé.
Confira os dados sobre exportação de café nos meses anteriores:
Fonte: Hub do Café
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