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T Ó P I C O : O que fazer com os defeitos PVA (grãos Preto-Verde-Ardido)

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Comentários do Tópico

O que fazer com os defeitos PVA (grãos Preto-Verde-Ardido)


Autor: Bruno Ribeiro

8.399 visitas

4 comentários

Último comentário neste tópico em: 31/05/2010 16:57:08


Bruno Ribeiro comentou em: 31/05/2010 13:40

 

O que fazer com os defeitos PVA (grãos Preto-Verde-Ardido)

 

Saudações cafeeiras..

Em momentos que o consumismo toma partida com exigências em produtos de melhores qualidades;

 

O QUE FAZER COM OS PVA? Quais caminhos além do consumo?

abraço.

 

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Rafael Antonio Almeida Dias comentou em: 31/05/2010 13:57

 

 

Excelente a colocação Bruno... Além dos PVAs, devemos preocupar com os outros tipos de defeitos também, veja a tabela abaixo:

         

                       cafedomoco.blogspot.com/.../cafe-gourmet_17.html

 Grande Abraço e saudações cafeeiras meu amigo Bruno

RAFAEL ANTONIO ALMEIDA DIAS "TÉCNOLOGO EM CAFEICULTURA"

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Bruno Barbosa Serra comentou em: 31/05/2010 14:34

 

 

Semana passada participei de uma palestra e um dia de campo realizada pelo GTEC. O Palestrante e instrutor do dia de campo foi um professor e pesquisadorda UFLA chamado Flávio Meira Borém.

Procure a bibliografia relacionada a este professor.Provavelmente você irá encontrar alternativas interessantes do que fazer com o PVA.  

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Agda Silva Prado comentou em: 31/05/2010 16:17

 

COMO PRODUZIR CAFÉ DE QUALIDADE

 

 Caro Amigo Bruno,

É melhor evitar o PVA do que deixar que esses danos apareçam no café, para responder parte da sua pergunta, encontrei um Boletim Iformativo no site da Serrana Fertilizantes que ilustra bem os cuidados que devem ser realizados no cafeeiro...

 

Como Colher Café de Qualidade

COMO PRODUZIR CAFÉ DE QUALIDADE

O princípio básico no manejo da lavoura de café é produzir frutos-cerejas na forma desejada por meio de ramos vigorosos. Cafezais jovens e bem-cuidados sempre apresentam floradas e maturação mais uniformes. Com o passar dos anos, as altas produções de café, os fatores adversos (secas, pragas, doenças), o fechamento do cafezal e a própria idade da lavoura resultam na acentuação da bienalidade, finalizando em declínio da produção. As técnicas de manejo, que têm como objetivo melhorar a atividade produtiva devem ser aplicadas desde o princípio, na implantação do cafezal, e requerem, portanto, planejamento.

O fruto está pronto para o consumo quando amadurece. Passado esse ponto, iniciam-se as fermentações e o conseqüente processo de apodrecimento.

Frutos ainda na árvore estão sujeitos a fermentações causadas por microorganismos, principalmente em regiões muito úmidas. O mesmo se dá em decorrência de ferimentos provocados por insetos (broca, mosca-das-frutas).

Após a colheita, os frutos maduros, ainda sadios, passam a fermentar muito depressa, assim que são retirados do pé (nas regiões úmidas). No início da secagem, a falta de arejamento é a causa principal das fermentações indesejáveis. A qualidade até então preservada fica, assim, seriamente ameaçada.

A PRÉ-COLHEITA DO CAFÉ

Pulverizações da lavoura antes da colheita, com produtos normalmente à base de cobre (Calda Viçosa ou similares), reforçam o estado nutricional do cafeeiro e protegem os frutos do ataque de fungos causadores de fermentações.

São feitas arruações leves, com o rastelo, retirando apenas ciscos e gravetos. Antes, porém, realiza-se a coleta de amostras de solo, encaminhando-as ao laboratório para análise.

Todos os materiais e equipamentos usados na colheita e no preparo do café que foram utilizados na safra anterior (panos, peneiras, escadas etc.) devem ser revisados e substituídos, se necessário.

Terreiro, lavador-separador e tulhas devem passar por uma rigorosa inspeção. Gretas e rachaduras devem ser eliminadas, pois podem abrigar grãos deteriorados da safra anterior, que irão contaminar lotes novos de café.

O PONTO DE COLHEITA DO CAFÉ

Colheita muito antecipada

 

 

A alta porcentagem de frutos verdes prejudica o tipo do grão e a bebida, altera o sabor e o aroma do café e dificulta o processo de torração homogênea, além de causar prejuízos quantitativos (representados pela perda de peso), pois os frutos colhidos verdes têm menos matéria seca.

Efeitos da adição de frutos verdes em uma amostra de bebida ESTRITAMENTE MOLE (**).

5% a 10% 15% a 25% 30%
Mole Dura riada / rio

 

Colheita muito tardia

 

O atraso na colheita aumenta a porcentagem de frutos já deteriorados (brocados, passas e secos) e defeituosos (chochos e mal granados), o que prejudica o aspecto, a torração e a bebida. Além disso, as fermentações aumentam os riscos de contaminações (segurança alimentar).

Efeitos da adição de frutos ardidos e pretos em uma amostra de bebida EXTRITAMENTE MOLE (**).

Adição de grãos ardidos
5% a 10% 10% a 15% 20% a 25% 30%
Mole Apenas mole Dura riada / rio
Adição de grãos pretos
5% 10% 15%
Apenas mole Dura riada / rio

(*) BARTHOLO et alii, 1989 - (**) PEREIRA (1997)

A COLHEITA DO CAFÉ

A colheita manual exige mãos ágeis e habilidosas para evitar injúrias às plantas, portanto depende muito da escolha de bons apanhadores. Mas isso não é tudo: a facilidade de movimentação nas ruas do cafezal, a arruação correta, a disponibilidade de equipamentos e utensílios e a altura média das plantas também contribuem para a boa eficácia e o alto rendimento dessa operação.

A derriça dos frutos do café deve ser feita de modo a evitar a quebra de ramos e a retirada desnecessária de folhas, principalmente da ponta dos ramos, pois aí se dará a produção do ano seguinte.

 

Nas lavouras adultas faz-se a derriça no pano, enquanto nas novas, ainda de porte pequeno, utiliza-se a peneira. Nunca se deve permitir que, após derriçado, o café seja misturado ao que já caiu no chão.

Pré-limpeza

 

A pré-limpeza é de grande importância, pois permite que a posterior lavagem com separação seja realizada com eficiência e com alto rendimento. Na pré-limpeza, folhas e gravetos, bem como impurezas menores (cisco e terra), são eliminados em grande parte. É importante que ela seja feita assim que o café derriçado for recolhido nas embalagens apropriadas, nas quais passa a aguardar o transporte. Toda impureza resultante da pré-limpeza deve retornar para a lavoura, na forma de adubo orgânico, pois é um composto de alta qualidade.

Acondicionamento e transporte

Juntamente com o ponto de colheita e a pré-limpeza, o acondicionamento e o transporte constituem etapas cruciais para a preservação da qualidade até então obtida. As cerejas recém-colhidas, ricas em mel, fermentam facilmente pela ação dos microorganismos diante da falta de arejamento, gerando calor. Quando isso acontece, a qualidade é irremediavelmente perdida. O correto é recolher todo o café em sacos de ráfia e conduzir o produto o mais rápido possível para o lavador-separador.

A LAVAGEM COM SEPARAÇÃO DO CAFÉ

A lavagem com separação é uma etapa indispensável na produção de cafés finos. O café da lavoura, quando colhido por derriça, após a pré-limpeza, é uma mistura de frutos-cerejas e verdes (pesados) com frutos passas, secos, chochos, mal granados e brocados (leves), estes últimos já de qualidade comprometida pelas fermentações já sofridas na árvore.

 

AS ETAPAS DA SECAGEM EM TERREIROS

Secagem da casca (1)

Nessa etapa os riscos de fermentação são altos devido à mucilagem, com grande probabilidade de perda da qualidade. O café é então espalhado em camadas bem finas e rodado constantemente, enquanto houver sol. Se houver terreiro suficiente, deve-se esparramar o café de modo a não ficar grão sobre grão. Nessa fase, o café ainda não poderá ser coberto com lona.

De casca seca até 18% a 20% de umidade (2)

A essa altura, a camada de grãos deverá ser engrossada até o ponto em que o rodo ainda atinja a superfície do terreiro. À tarde, o café deverá ser enleirado ou amontoado e coberto com lona plástica. Em hipótese alguma poderá tomar chuva.

Seca final (3)

Essa é a fase de secagem final do grão, e deve ser feita lentamente, para uniformizar o teor de umidade do lote.

ARMAZENAMENTO DO CAFÉ

Após a seca final, o café é armazenado por um período de tempo variável, aguardando o momento ideal para a comercialização. O teor de umidade adequado para o armazenamento é de, no máximo, 12%, para uma boa conservação, sem riscos de branqueamento e de desenvolvimento de fungos produtores de toxinas. Abaixo de 10% haverá quebra no beneficiamento e prejuízo pela perda de peso. A umidade ideal, de 11,5%, deve ser monitorada por meio do medidor de umidade.

A tulha para armazenar o café deve ser de madeira, para melhor isolamento em relação ao ambiente externo, e deve estar localizada próxima ao terreiro, em local seco e arejado. O piso deve ficar acima do chão e, se for cimentado, é preciso forrá-lo com uma lona plástica para melhorar o isolamento.

Fungos que sobrevivem nesse ambiente de um ano para outro, grãos de café já deteriorados que ficaram da safra anterior a sujeira existente por entre as gretas das tábuas constituem fonte de contaminação, sendo necessário fazer uma boa limpeza e pulverizar desinfetante (água sanitária a 2%). Qualquer produto ou cereal mantido no interior da tulha poderá transmitir odores estranhos ao café.

OS DEFEITOS DO CAFÉ

Natureza

Causas

Como evitar

Como eliminar

Defeitos

Prejudica em

Preto

Colheita atrasada dos Frutos
Contato prolongado
com o solo

Colheita racional

Catação manual

Catação eletrônica

1 grão preto

1 defeito

Aspecto - cor

Torração-bebida

 

Ardido

Colheita de frutos verdes
Colheita atrasada

Contato prolongado
com o solo

Colheita

racional

Catação manual

Catação eletrônica

2 grãos ardidos

1 defeito

Aspecto - cor

Torração-bebida

Verde

Colheita de frutos verdes

Colheita do fruto
maduro

Catação manual

Catação eletrônica

5 grãos verdes

1 defeito

Aspecto-cor

Torração-bebida

Concha e cabeça

Fatores genéticos

Possíveis causas fisiológicas

Seleção genética

Racionalização
da lavoura

No beneficiamento
catação manual
e catação eletrônica

3 conchas

1 defeito

(cabeça não é defeito)

Aspecto

Torração

Chocho

Fatores genéticos

Fatores fisiológicos

Seleção genética

Racionalização
da lavoura

No beneficiamento
catação manual
e catação mecânica

5 grãos chochos

1 defeito

Aspecto

Torração

Mal granado

Fatores nutricionais

Adubação e calagem

No beneficiamento

catação mecânica

5 mal granados

1 defeito

Aspecto

Torração

Brocado

Ataque pela
broca-do-café

Repasse

Varrição

Combate à praga

Catação manual

Catação mecânica

2 a 5 brocados

1 defeito

Aspecto

Quebrado

Seca excessiva

Má regulagem
do dessecador

Secagem e
regulagens
corretas

No beneficiamento
catação manual
e catação mecânica

5 quebrados

1 defeito

Aspecto

Torração

Coco

Má regulagem
do dessecador

Regulagem

correta

No beneficiamento

catação manual

1 coco

1 defeito

Aspecto

Torração

Marinheiro

Má regulagem
do dessecador

Regulagem

correta

No beneficiamento

catação manual

2 marinheiros

1 defeito

Aspecto

Torração

Pedras, paus,
torrões e cascas

Colheita por derriça
no chão.
Abanação malfeita

Derriça no pano
ou peneira

Uso do lavador

No beneficiamento

Catação manual

1 pedra, pau ou torrão:
1 a 5 defeitos

1 casca grande
ou 2/3 cascas pequenas:
1 defeito

Aspecto

Torração


 

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