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T Ó P I C O : Reversão de tarifas dos EUA garante alívio ao café brasileiro

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Reversão de tarifas dos EUA garante alívio ao café brasileiro


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 24/11/2025 21:28:58


Leonardo Assad Aoun comentou em: 24/11/2025 21:00

 

Reversão de tarifas dos EUA garante alívio ao café brasileiro

 

Acordo reverte taxa adicional de 40% e devolve competitividade ao produto brasileiro

Márcio Ferreira, presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé

 

Márcio Ferreira, presidente do Conselho Deliberativo do Cecafé

O Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) comemorou na última semana a decisão do governo dos Estados Unidos de reverter as tarifas extras de 40% aplicadas ao café brasileiro desde agosto. A medida encerra um período de instabilidade comercial e devolve competitividade ao produto no principal mercado consumidor do mundo.

O “tarifaço” havia sido imposto pelo presidente Donald Trump por meio de uma ordem executiva assinada em 30 de julho, que elevou para 50% a taxação sobre diversos produtos brasileiros — sendo 10% de tarifas pré-existentes e 40% adicionais. A reação colocou o Brasil em desvantagem frente a concorrentes como Vietnã, Indonésia, Colômbia e Costa Rica, que mantiveram tributações inferiores e ampliaram espaço nos blends americanos.

Em nota, o Cecafé classificou a reversão como “uma vitória histórica para toda a cadeia produtiva”, destacando o empenho de cooperativas, exportadores, autoridades brasileiras e entidades do setor privado norte-americano.

Ação diplomática e técnica

Desde o anúncio das tarifas, o Cecafé passou a atuar em múltiplas frentes de negociação, tanto no Brasil quanto no exterior. A entidade integrou esforços do Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, liderado pelo vice-presidente e ministro do MDIC, Geraldo Alckmin, levando dados e análises de impacto ao governo brasileiro.

Nos Estados Unidos, o conselho apresentou ofícios ao governo Trump, ao Departamento de Estado, ao USTR e a outras agências, destacando os prejuízos para consumidores americanos e a importância do café brasileiro para o abastecimento e a qualidade do mercado doméstico. A defesa foi reforçada durante a investigação da Seção 301, conduzida pelo USTR, com participação conjunta do Cecafé e da National Coffee Association (NCA).

A agenda incluiu ainda reuniões na Embaixada dos EUA em Brasília e uma missão empresarial em Washington, organizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que abriu canais diretos de diálogo com autoridades norte-americanas.

Risco de perda irreversível de mercado

Segundo o Cecafé, caso as tarifas fossem mantidas, o Brasil poderia enfrentar uma perda estrutural de participação no mercado americano. Com a mudança de blends pelas grandes torrefadoras e a adaptação dos consumidores a cafés de outras origens, o país poderia levar “anos, décadas ou até jamais” recuperar o protagonismo histórico nos Estados Unidos.

Negociações de alto nível

Representantes do Cecafé acompanharam missões oficiais do governo brasileiro na Indonésia e na Malásia, levando informações sobre sustentabilidade, rastreabilidade e competitividade do café nacional. O tema também foi discutido diretamente pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente Donald Trump, em reuniões diplomáticas realizadas em outubro.

Em novembro, novos encontros com o vice-presidente Geraldo Alckmin confirmaram avanços nas negociações bilaterais e a possibilidade de isenção adicional para produtos brasileiros, incluindo o café.

Resultado e próximos passos

A decisão final do governo norte-americano, anunciada em 20 de novembro, excluiu o café brasileiro da tarifa adicional, restaurando as condições de competitividade no país. Para o Cecafé, o resultado é fruto de um esforço coletivo entre governo, setor privado brasileiro e parceiros americanos.

A entidade afirma que seguirá atuando na defesa comercial do setor exportador diante de desafios políticos, tributários, logísticos e climáticos, fortalecendo a presença internacional do café brasileiro.

Fonte: Revista Cultivar

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