T Ó P I C O : Café tem nova queda nas bolsas internacionais….
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Café tem nova queda nas bolsas internacionais….
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 13/11/2025 17:37:21
Leonardo Assad Aoun comentou em: 13/11/2025 16:45
Café tem nova queda nas bolsas internacionais com expectativa de redução de tarifas nos EUA e dólar em alta
Mercado global do café enfrenta pressão com falas de Trump e volatilidade cambial

Os preços do café voltaram a registrar quedas expressivas nas bolsas internacionais nesta quinta-feira (13), influenciados por expectativas de redução de tarifas de importação nos Estados Unidos e pela força do dólar frente ao real e outras moedas. O cenário tem provocado forte volatilidade nos contratos futuros tanto em Nova York quanto em Londres.
As declarações do presidente norte-americano, Donald Trump, durante entrevista à Fox News na última terça-feira (11), continuam repercutindo no mercado. Trump afirmou que pretende reduzir tarifas sobre importações de café, banana e outros produtos não cultivados nos Estados Unidos — uma medida que pode afetar diretamente as cotações globais da commodity.
Anúncios sobre tarifas devem ser feitos nos próximos dias
Segundo o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, o governo americano deve anunciar, nos próximos dias, mudanças substanciais na política tarifária para determinados produtos agrícolas. A medida faz parte de um pacote de estímulo que busca reduzir os custos de importação e conter a alta nos preços ao consumidor.
Atualmente, os Estados Unidos enfrentam encarecimento de cerca de 21% nos preços do café no varejo, impulsionado, em parte, pelas tarifas impostas durante a atual gestão. Em julho, o Brasil foi taxado em 50%, enquanto o Vietnã recebeu tarifas de 20% e a Colômbia de 10%.
Apesar de Trump não ter citado o Brasil diretamente, negociações diplomáticas seguem em andamento entre os dois países. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, deve se reunir nesta semana, no Canadá, com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, à margem de um encontro ministerial do G7.
Vietnã pode ser o principal beneficiado com a redução das tarifas
De acordo com analistas de mercado, o Vietnã, maior produtor mundial de café robusta, deve ser o país mais beneficiado em um eventual corte de tarifas. O vice-primeiro-ministro vietnamita, Bui Thanh Son, confirmou nesta quarta-feira (12) o avanço nas negociações de um acordo comercial com os Estados Unidos, o que pode ampliar o acesso do produto ao mercado americano.
Enquanto isso, Brasil e Colômbia ainda aguardam maior clareza sobre como serão tratadas nas mudanças anunciadas por Washington.
Impactos imediatos: contratos futuros recuam em Nova York e Londres
Na Bolsa de Nova York (ICE Futures US), o café arábica encerrou a quarta-feira (12) com quedas acentuadas.
- O contrato com entrega em dezembro de 2025 fechou a 403,65 centavos de dólar por libra-peso, com recuo de 4,5%.
- Já o vencimento para março de 2026 terminou cotado a 376,65 centavos, com queda de 5,67%.
Na manhã desta quinta-feira (13), as baixas continuaram: o arábica recuava 485 pontos, negociado a 398,80 cents/lbp para dezembro/25, enquanto o contrato de maio/26 caía 460 pontos, a 356,20 cents/lbp.
O robusta, cotado na Bolsa de Londres, também registrava perdas. O contrato de novembro/25 caiu US$ 240, para US$ 4.392/tonelada, e o de março/26 recuava US$ 17, cotado a US$ 4.268/tonelada.
Analistas veem impactos mistos para o Brasil
De acordo com boletim do Escritório Carvalhaes, a retirada do tarifaço seria positiva tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos, mas não altera os fundamentos do mercado. Persistem os desafios relacionados às incertezas climáticas e aos baixos estoques globais de café.
O relatório destaca que o Brasil, maior produtor e exportador mundial, colheu em 2025 uma safra menor do que o esperado, frustrando as projeções iniciais. Além disso, as regiões produtoras enfrentaram problemas climáticos recorrentes, que podem comprometer parte da produção de 2026.
Projeções indicam recuperação da oferta global a partir de 2026
O banco Rabobank prevê que o mercado de café apresentará excedente global de 7 a 10 milhões de sacas entre 2026 e 2027, resultado da recuperação da produção de arábica no Brasil.
A consultoria StoneX estima que a safra brasileira 2026/27 alcance 70,7 milhões de sacas, um crescimento de 13,5% em relação ao ciclo anterior. Desse total, 47,2 milhões devem ser de café arábica (alta de 29,3%) e 23,5 milhões de robusta (queda de 8,9%). Ainda assim, o volume permanece abaixo do potencial máximo que o país poderia alcançar sob condições climáticas ideais.
Perspectivas seguem cautelosas
Apesar do otimismo em torno da possível redução das tarifas americanas, o mercado ainda se mantém cauteloso. A combinação entre volatilidade cambial, ajustes climáticos e projeções de oferta mais robusta a médio prazo pode manter os preços sob pressão nos próximos meses.
Enquanto isso, investidores e exportadores acompanham de perto as negociações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, que devem definir o real impacto das medidas tarifárias no comércio internacional do café.
Fonte: Portal do Agronegócio
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