T Ó P I C O : Da tradição à inovação: Dulcinéia Prado se destaca na cafeicultura das Matas de Minas
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Da tradição à inovação: Dulcinéia Prado se destaca na cafeicultura das Matas de Minas
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 13/10/2025 15:55:28
Leonardo Assad Aoun comentou em: 13/10/2025 15:48
Da tradição à inovação: Dulcinéia Prado se destaca na cafeicultura das Matas de Minas
Legado familiar e início na cafeicultura
Filha e neta de cafeicultores, Dulcinéia Carvalho de Abreu Prado, natural de Luisburgo, nas Matas de Minas, manteve o legado da família ao assumir a gestão da propriedade herdada do pai aos 20 anos. Hoje, ela divide o trabalho com o marido, Daniel Prado, engenheiro agrônomo, e transmite às filhas Maria Alice e Mariana os valores do campo.
“Somos uma família do café”, afirma Dulcinéia, ressaltando a importância da tradição aliada à inovação na condução da propriedade.
Transformação com cafés especiais
No início, a produção seguia o modelo convencional, vendendo café como commodity, com apoio da mãe, Therezinha Carvalho de Abreu. A mudança veio com o casamento e o suporte técnico de Daniel, e especialmente com a aproximação ao universo dos cafés especiais.
Cursos do Senar Minas, promovidos pelo Sindicato dos Produtores Rurais de Manhuaçu, despertaram o interesse de Dulcinéia pela seleção de grãos e processos de torra, mostrando o potencial de agregar valor ao produto.
Em 2017, ela começou a investir em qualidade, assumindo o controle do pós-colheita e definindo os processos que elevam a bebida a outro patamar. Com 70% dos lotes classificados como de qualidade superior, Dulcinéia abriu novos mercados e criou a marca Dulce Marias, em homenagem a si e às filhas.
Reconhecimento e certificações
A produção da família agora conta com o selo Certifica Minas e certificação de origem das Matas de Minas, chegando a cafeterias em Belo Horizonte e Florianópolis, além de consumidores em todo o país via redes sociais.
Segundo Dulcinéia, “é difícil, mas vale a pena investir em qualidade. Para pequenos produtores, isso faz muita diferença”.
Conhecimento aplicado na prática
Formada em contabilidade, Dulcinéia se especializou em cafeicultura por meio de cursos do Sistema Faemg Senar e pós-graduação em cafeicultura sustentável, conhecimento que aplica diariamente na propriedade.
O marido Daniel também mantém forte vínculo com o Sistema, atuando como supervisor do programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG Café+Forte) e instrutor de cursos na cadeia cafeeira.
“O Senar é parte da nossa vida em todo o processo. É gratuito, de alta qualidade e acessível”, ressalta a produtora.
Liderança feminina e atuação coletiva
Além de produtora, Dulcinéia se consolidou como referência feminina na cafeicultura. É presidente da Associação de Mulheres das Matas de Minas e Caparaó (AMUC), com cerca de 80 famílias, e vice-presidente da Aliança Internacional das Mulheres do Café (IWCA Brasil), movimento presente em 36 países.
“O trabalho da mulher sempre esteve na cafeicultura, mas era invisível. Hoje mostramos que podemos ser protagonistas da lavoura à xícara”, afirma Dulcinéia.
Reconhecimento pelo Sistema Faemg Senar
Em outubro, o café Dulce Marias será servido na sede e nos escritórios regionais do Sistema Faemg Senar, com bebida avaliada em 84,5 pontos, apresentando notas de chocolate, caramelo, mel e laranja.
Para Dulcinéia, a oportunidade reforça a valorização de seu trabalho e história:
“É gratificante ver nosso café reconhecido em uma vitrine tão importante. Mais do que o meu café, todos conhecerão a minha trajetória.”
Fonte: Portal do Agronegócio
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