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T Ó P I C O : O café e o tarifaço de Trump: impactos no Brasil…

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O café e o tarifaço de Trump: impactos no Brasil…


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 11/07/2025 18:18:01


Leonardo Assad Aoun comentou em: 11/07/2025 12:02

 

No café, tarifa dos EUA atrapalha fluxo comercial

 

Taxa de 50% reduz a competitividade do grão do Brasil no mercado americano

Por Isadora Camargo — São Paulo/Globo Rural

Consumo de café nos Estados Unidos seria fortemente afetado e associações locais devem pressionar para destravar as imposições

Consumo de café nos Estados Unidos seria fortemente afetado e associações locais devem pressionar para destravar as imposições — Foto: David Joyce/CCommons

A tarifa de 50% sobre todas as importações originadas do Brasil, impostas pelo governo Donald Trump para começarem em 1º de agosto, preocupa o setor produtivo do café porque afetaria diretamente as compras do grão brasileiro, maior produtor exportador global da commodity. Os fluxos comerciais do grão teriam que ser redesenhados, segundo analistas.

Apesar de ainda ser ameaça, as tarifas atrapalham o fluxo comercial, inclusive do que está negociado e deve sair dos portos brasileiros. No curto prazo, a carta de Trump com a taxação sobre o Brasil deve gerar uma valorização dos preços do café sob a ótica de menor competitividade brasileira no principal mercado de destino da bebida, segundo o analista do Rabobank Guilherme Morya.

"O café brasileiro perde competitividade no mercado americano, uma vez que o aumento de custos para os importadores tende a favorecer outros produtores", disse em nota. Segundo o analista, países como Colômbia, Honduras, Etiópia e Vietnã devem se beneficiar da nova configuração, especialmente em um contexto de estoques globais apertados.

Morya também alerta que o consumo global segue pressionado por fatores inflacionários e econômicos. "Um aumento de 50% nos custos pode agravar esse cenário, tornando o café um produto menos acessível ao consumidor final".

Contudo, o consumo de café nos Estados Unidos seria fortemente afetado e associações locais devem pressionar para destravar as imposições, como é o caso da Associação Nacional de Café dos EUA (NCA, sigla em inglês), conforme posicionou o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).

Mesmo com uma possível reorganização dos fluxos comerciais, o Commerzbank aponta que os EUA provavelmente terão de importar café pagando tarifas mais altas. Os efeitos no preço do café negociado em bolsa ainda são incertos. Se os consumidores norte-americanos reduzirem a demanda diante de preços mais altos, isso pode pressionar as cotações para baixo.

Por outro lado, uma valorização do dólar frente ao real poderia aumentar a competitividade do café brasileiro em outros mercados, elevando a oferta global.

Mas, se o mercado americano absorver os custos extras sem queda no consumo, o redirecionamento da demanda pode, ao contrário, puxar os preços para cima.

Importações americanas e estoques globais

De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), mais de um quarto das importações de café dos EUA vêm do Brasil. Para a safra 2025/26, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) projeta uma produção brasileira de 65 milhões de sacas de 60 kg, sendo 40,9 milhões de arábica e 24,1 milhões de robusta. As exportações devem alcançar 38 milhões de sacas, enquanto a demanda de importação dos EUA é estimada em 23 milhões de sacas.

A Associação de Cafeicultores do Brasil (Sincal) alertou que, diante de baixos estoques globais do grão, não há nenhum país produtor capaz de suprir déficits da commodity no mundo a não ser o Brasil, o que pesa sobre a ameaça norte-americana, pois os estoques são baixos também nos armazéns dos importadores.

“Sob minha ótica, a safra do café arábica, somada à do conilon, deverá girar em torno de 45 a 50 milhões de sacas. Dentro desse contexto, deveremos ter um déficit de aproximadamente 20 milhões de sacas de café. Nenhum dos outros países produtores é capaz de suprir esse déficit”, disse Armando Mattiello, presidente do Sincal.

Ele lamenta que as grandes cooperativas, com raras exceções, baixaram propositalmente os preços bem antes do início da safra, o que leva à conclusão da entidade de que “comercializar e depositar café em algumas grandes cooperativas não é o mais indicado”.

Efeitos a longo prazo

Apesar dos impactos iniciais, Morya avalia que ainda é cedo para mensurar os efeitos de longo prazo da medida. "Será crucial observar se a tarifa será implementada integralmente e por quanto tempo permanecerá em vigor. Essa medida pode reconfigurar os fluxos do comércio internacional de café, com impactos para produtores, exportadores e consumidores."

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