Leonardo Assad Aoun comentou em: 02/07/2025 15:20

Boletim Carvalhaes: frio assusta cafeicultores em diferentes regiões produtoras

A semana passada foi marcada pela passagem de uma forte frente fria sobre grande parte das regiões produtoras de arábica no Brasil e por fortes oscilações nas Bolsas de Nova York e Londres, que fecharam mais uma semana negativa para os preços do café.

Conforme indica o Boletim Carvalhaes, a derrubada nas cotações é impulsionada pelo quadro político e econômico global imprevisível, com a disputa tarifária entre EUA e China, a guerra entre Ucrânia e Rússia e a escalada entre Israel e Irã.

No Brasil, a colheita da nova safra brasileira avança em boa velocidade, mas o clima preocupa. Na madrugada da última quarta-feira (25), os cafezais do norte do Paraná às regiões produtoras de São Paulo e sul de Minas Gerais sofreram com temperaturas baixas, que chegaram a se aproximar do zero. 

A onda de frio ocasionou geadas leves sobre lavouras situadas em baixadas, vales e áreas de encostas. As primeiras avaliações de agrônomos e técnicos é de que os danos foram pontuais e de baixa intensidade. No entanto, por ter abrangido extensas áreas produtoras de café arábica em três estados, o frio assustou, e faltou pouco que provocasse danos sérios no potencial produtivo para 2026. 

“Os estoques brasileiros de passagem no final de junho são historicamente baixos, possivelmente os menores em mais de cem anos, e nossa nova safra, que começa a entrar no mercado, mesmo que atinja o volume das maiores estimativas privadas, não será suficiente para termos um estoque de passagem mais confortável em junho de 2026”, diz o Boletim.  “No entanto, a expectativa de uma possível grande safra de café no Brasil em 2026 contribui com a atual pressão sobre as cotações do café neste início da nova safra brasileira 2025”, informa.

Contratos de arábica

Os contratos de arábica com vencimento em setembro próximo na ICE Futures US, em Nova Iorque, oscilaram nesta sexta (27) 1.390 pontos entre a máxima e a mínima. Bateram US$ 3,0705 na máxima do dia, em alta de 140 pontos, e fecharam valendo US$ 3,0375, em queda de 190 pontos. 

Na quinta (26) subiram 115 pontos e, na quarta (25), caíram 685 sacas. Na terça (24) recuaram 1.520 pontos e, na segunda (23), subiram 1.150 pontos. Somaram queda de 1.130 pontos na semana passada e de 3.095 pontos na semana retrasada. Caíram, no mês de maio, 5.355 pontos. Em 2025, até o fechamento da sexta (27), os contratos para setembro próximo somam alta de apenas 175 pontos.

Contratos de robusta

Na ICE Europe, os contratos de robusta para setembro próximo bateram, na máxima do dia, em US$ 3.756 por tonelada, alta de 91 dólares. Fecharam o pregão valendo US$ 3.661, em baixa de US$ 4. Na quinta (26) subiram US$ 141 e, na quarta (25), caíram US$ 158. 

Na terça (24) recuaram US$ 222 e, na segunda (23), subiram US$ 167. Somaram queda de US$ 76 na semana passada e de US$ 550 dólares na semana retrasada. Recuaram US$ 853 no mês de maio. Em 2025, desde o dia 28 de janeiro, até a sexta (27), esses contratos de robusta para setembro próximo acumulam queda de US$ 1.683 por tonelada.

Contratos futuros em R$

Em reais por saca, os contratos para setembro próximo na ICE Futures US fecharam a sexta (27) valendo R$ 2.203,07. Terminaram a sexta passada (20) valendo R$ 2.302,53 e a sexta-feira anterior à ela, a R$ 2.536,05.

Mercado físico

As fortes e repentinas oscilações nas bolsas de Nova Iorque e Londres continuam dificultando o fechamento de negócios no mercado físico brasileiro, com poucos produtores e compradores dispostos a fechar negócios. 

Nas últimas semanas, aos poucos, vem crescendo o número de negócios fechados com lotes da nova safra 2025/2026. Há interesse comprador para todos os padrões de café. Os trabalhos de colheita do arábica continuam com bom ritmo. As vendas de conilon estão mais avançadas, com volume bem maior de negócios fechados. Lotes de arábica da atual safra 2024/2025 ainda em mãos de produtores são poucos, em volume historicamente baixos.

Embarques

Até a sexta (27), os embarques de junho estavam em 1.383.106 sacas de arábica, 298.179 sacas de conilon e 192.055 sacas de solúvel, totalizando 1.873.340 sacas embarcadas, contra 2.351,364 sacas no mesmo dia de maio. 

Certificados de origem

Até a sexta (27), os pedidos de emissão de certificados de origem para embarque em junho totalizavam 2.166.169 sacas, contra 2.571.032 sacas no mesmo dia do mês anterior.

Fonte: CaféPoint/CCCMG

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