T Ó P I C O : O que é café de milho? Versão alternativa da bebida causa polêmica
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O que é café de milho? Versão alternativa da bebida causa polêmica
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 14/02/2025 17:13:41
Leonardo Assad Aoun comentou em: 14/02/2025 17:14
O que é café de milho? Versão alternativa da bebida causa polêmica
Abic alerta que denominação ‘café’ deve ser usada apenas para bebidas feitas com o grão verdadeiro
Por Daniela Walzburiech — Florianópolis/Globo Rural
Versões alternativas do café ganham espaço após alta nos preços do grão — Foto: Reprodução/Superbom
O que é café de milho? Versões alternativas da bebida ganham espaço com alta nos preçoscafé fez as autoridades aumentarem a preocupação e também a fiscalização em relação a produtos que se apresentam nas gôndolas dos supermercados e na internet como semelhantes ao alimento mais consumido pelos brasileiros. Eles não são café e, por isso, passaram a ser intitulados de ‘café fake’.
O que é café de milho?
A bebida, feita 100% com grãos de milho torrados e moídos, é natural, sem conservantes e livre de cafeína. Ela promete ser uma ‘ótima substituta do café, com sabor e aroma similares ao produto original. A embalagens de 500 gramas costuma custar entre R$ 15 e R$ 20.
Por ter o milho como base, o produto é fonte de fibras, proteínas e antioxidantes. "Além disso, fornece diversas vitaminas e minerais indispensáveis para o organismo, auxiliando a manter o corpo forte e a prevenir doenças".
Para a Superbem, a marca por trás do produto, o grande diferencial do café de milho é a ausência de cafeína. Dessa fora, sua ingestão não provoca alterações no sistema nervoso, como insônia ou problemas no estômago. Em seu catálogo, eles também possuem um "café" produzido com grãos de cevada torrados e moídos.
Existe café de milho?
Para a Associação Brasileira das Indústrias de Café (Abic), não. O grupo defende que a denominação ‘café’ deve ser usada apenas para bebidas feitas 100% com o grão verdadeiro.
“É ilegal chamar um produto de café que não tenha café como ingrediente único. Essa é uma tática utilizada de forma irregular para pegar carona na reputação do café verdadeiro. Não existe laranja de uva e nem abacate de limão, tampouco café de cevada”, explica Celírio Inácio, diretor-executivo da Abic.
Inácio ainda destaque a base das bebidas utiliza vegetais completamente diferentes, que, portanto, "não se parecem em nada, nem na composição, nem nos objetivos e, tampouco, na satisfação e nos benefícios", não podendo ser lido como substituto.
O que diz a Superbom?
Em entrevista à Globo Rural, Ivan Márcio de Souza, gerente comercial e de marketing da marca, explica que os termos 'café de milho' e 'café de cevada' têm o objetivo apenas de esclarecer ainda mais ao consumidor o que é o produto, e não o enganar.
A proposta é oferecer produtos substitutos, assim como a carne vegetal e o queijo vegano, para os consumidores que têm algum tipo de alimentação diferenciada, seja por restrição ideológica, médica ou religiosa. "Não queremos enganar ninguém, queremos deixar claro o que é o produto, mas se gente não faz um comparativo, a pessoa fica sem entender o que é. Ela pode olhar e não saber o que significa, mas sempre prezamos para deixar bem claro que não é um laticínio ou um café, por exemplo", garante Souza.
O gerente comercial explica que tanto o café de milho quanto o café de cevada entram na categoria bebida quente e já está disponível há décadas nas prateleiras dos mercados. Na sua visão, o uso do termo "café" ajuda o consumidor a entender o modo de preparo, que é idêntico ao café tradicional. "Não temos a intenção de usar terminologias que levem ao engano, mas a própria Superbom tem, desde a origem, esse DNA de trazer alternativas para grupos que não tão atendidos pelo mercado em geral", finaliza.
A polêmica com os cafés fakes
Recentemente, a Abic identificou no varejo produtos das marcas Oficial do Brasil, que exibe no rótulo ‘bebida sabor café’ e ‘pó para preparo de bebida à base de café’, e Melissa, com a descrição ‘pó para preparo de bebida sabor tradicional’ e ‘contém aromatizante sintético idêntico ao natural’.
Conforme a associação, nenhum deles é café e ainda tentam enquadrar a mistura em outras categorias de alimentos, mantendo a identidade visual parecida com o café verdadeiro.
“A legislação sanitária prevê que a disponibilização de novos alimentos e novos ingredientes no mercado requer autorização prévia da Anvisa mediante a comprovação da segurança de consumo. O comércio irregular e o consumo de produtos clandestinos por empresas sem registro nos órgãos oficiais, além de violar a legislação, oferecem riscos à saúde”.
Ao identificar produtos irregulares, a Abic encaminha às autoridades competentes, como Anvisa e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e comunica aos parceiros do varejo – Associação Brasileira dos Atacarejos (Abbas) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) –, responsáveis por mais de 85% de todo o café vendido no Brasil.
Como evitar a compra de ‘café fake’?
Diante da proibição da venda de café misturado com resíduos, o indicado é consumir apenas produtos de marcas com selo de pureza e qualidade da Abic. Além desta, outras dicas são importantes no momento da compra:
- Estar atento à origem e qualidade da mercadoria;
- Verificar a procedência do grão por meio do QR Code ou aplicativo (cafés com selo da Abic disponibilizam informações sobre o produto);
- Desconfiar de preços muito baixos;
- Pesquisar a reputação da empresa por trás do café.
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