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T Ó P I C O : CORREÇÃO “CURTA” DE CURTO PRAZO - OS FUNDAMENTOS CONTINUAM OS MESMOS! - POR MARCELO FRAGA MOREIRA

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CORREÇÃO “CURTA” DE CURTO PRAZO - OS FUNDAMENTOS CONTINUAM OS MESMOS! - POR MARCELO FRAGA MOREIRA


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 08/12/2024 21:10:02


Leonardo Assad Aoun comentou em: 08/12/2024 21:19

 

CORREÇÃO “CURTA” DE CURTO PRAZO - OS FUNDAMENTOS CONTINUAM OS MESMOS! - POR MARCELO FRAGA MOREIRA

 

A segunda-feira começou com a “prorrogação” da famosa liquidação da “black friday” repercutindo no mercado do café com o “coffee black monday”. Para a surpresa de muitos o contrato março-25 “derreteu” -2.200 pontos e o “pânico de curto prazo” voltou a assustar o produtor.

Na segunda-feira, no “coffee black monday”, o Março-25 abriu caindo -300 pontos deixando um “gap” @ 316,80 centavos de dólar por libra-peso. Após negociar na mínima da semana - na terça-feira @ 290,05 centavos de dólar por libra-peso - o mercado realizou um movimento em “U” fechou o “gap” acima e negociou na máxima da semana 331,10 centavos de dólar por libra-peso (próximo da máxima histórica @ 335,45 centavos de dólar por libra-peso negociada no dia 29 de novembro de 2024).

O vencimento março-25 encerrou @ 330,25 centavos de dólar por libra-peso (fechamento anterior / mínima / nova máxima / fechamento atual respectivamente @ 318,05 / 290,05 / 331,70 / 330,25 centavos de dólar por libra-peso). E o R$ continuou estressado e encerrou @ 6,078 R$/US$.

A realização em Nova Iorque já era esperada e foi muito saudável – todos os indicadores de curto prazo estavam “esticados” e sinalizando um mercado “sobrecomprado” - com a probabilidade das cotações voltarem a negociar abaixo dos 303 centavos de dólar por libra-peso. Com a queda acentuada vários “stops de compra” foram acionados e os fundos + especuladores acabaram reduzindo a posição comprada em -5.742 lotes (ainda estão comprados em 39.013 lotes e o reflexo da alta dos últimos 3 pregões da semana serão refletidos na próxima divulgação do CFTC*). Nos 2 primeiros pregões da semana o volume negociado na bolsa de Nova Iorque chegou a ultrapassar os 100.000 lotes.

Com a queda da segunda-feira e da terça-feira (quando negociou na mínima do período @ 290,05 centavos de dólar por libra-peso) o “mercado” voltou a negociar dentro da “Banda de Bollinger” dos 50 dias. Após novos ajustes nas posições dos “comprados e vendidos” e analises mais cuidadosas do quadro da “oferta x demanda mundial” e dos problemas reais enfrentados pelas principais origens produtoras os “comprados” voltaram às compras.  

Já os “vendidos” ficaram atentos” com novo risco das suas posições “vendidas” serem liquidadas, a força, por falta de caixa. Os grandes fundos + especuladores - que ainda acreditavam e acreditam na alta do mercado - conseguirem novamente romper as médias móveis dos 9 dias e o topo da média móvel dos 50 dias da “Banda de Bollinger”. Resultado: novas altas e alguns “vendidos” sendo “estopados”.

Com a queda acentuada no início da semana outras empresas (ainda com “posições vendidas”) continuaram apostando que os preços poderiam seguir caindo até os 268 / 255 centavos de dólar por libra-peso. Continuaram apostando, rezando... E mais uma vez foram pegas no “contrapé”.

As notícias referentes ao pedido de concordata de uma das maiores comercializadoras de café no Brasil continuam assustando o mercado. Aparentemente o pedido da concordata foi autorizado na sexta-feira dando a empresa 60 dias para renegociar suas dívidas com os credores. Segundo a “rádio peão” essa empresa estaria com uma chamada de margem acima dos 80 milhões de dólares. Como “renegociar” dividas referente à “chamada de margem”? Provavelmente as posições vendidas em bolsa serão liquidadas e quanto mais tempo demorarem para “estopar” a posição maior será o prejuízo...

https://www.theagribiz.com/cafe/montesanto-tavares-consegue-alivio-parcial-de-60-dias-contra-credores/

Os fundos + especuladores, quando sentem “sangue” no mercado, seguem “apertando” os vendidos. Está claro que os “vendidos” estão enfrentando sérios problemas com a falta de caixa para cobrir as chamadas de margem. Essa situação deverá continuar pelos próximos dias – por 2 motivos básicos: falta de gestão dos riscos com o “risco de cauda” (explicado no comentário semanal anterior) pegando os “vendidos” no contrapé e pela alta dos preços em função dos problemas com as próximas safras 25/26 no Brasil e em outras origens.

Muitas cooperativas, comerciantes e tradings continuam “fora do mercado” evitando indicar “preços competitivos” para realizar novas compras originando produto dos seus cooperados. Basicamente isso significa que: “não temos dinheiro para abrir novas posições – então vamos ficar fora para ver se os preços caem mais um pouco enquanto corremos atrás para resolver nosso problema de caixa / liquidez”.

O risco iminente para novas “quebras” (incluindo pequenas, médias e grandes cooperativas) está aí para quem quiser ver / apostar.

Imaginem uma cooperativa brasileira “média” hoje, com uma posição em 5 milhões de sacas de café com o hedge médio (posição vendida na bolsa de Nova Iorque) ao redor dos 230 centavos de dólar por libra-peso. Com o mercado negociando @ 330 centavos de dólar por libra-peso essa cooperativa está tendo hoje uma chamada de margem de 132,28 US$/saca (com o R$ @ 6,10 R$/US$ representa 806,91 R$/saca). Extrapolando então esse montante para a sua posição “vendida” na bolsa, essa cooperativa está tendo uma chamada de margem de US$ 661.400.000 (661,40 milhões de US$ ou 4,05 bilhões de R$)!

Considerando a safra brasileira 24/25 para o café tipo arábica em 45 milhões de sacas (com ainda 20 milhões de sacas a serem exportadas e precificadas  contra o vencimento Março-25) e a próxima safra brasileira 25/26 em 38 milhões de sacas (e, considerando que desse montante o produtor já negociou aproximadamente 50% quando os preços ainda estavam no patamar dos 200-230 centavos de dólar por libra-peso ou 19 milhões de sacas), então as cooperativas / tradings / bancos estão “vendidos na bolsa” em aproximadamente 39 milhões de sacas - necessitando caixa para cobrir a chamada de margem ao redor dos 5,16 bilhões de dólares ou “apenas” 31,48 bilhões de reais! É muito dinheiro!

Extrapolando ainda mais, considerando outras 10-15 milhões de sacas de outras origens (América Central / Colômbia / África), então essa “bomba financeira” no mercado de Nova Iorque pode facilmente estar acima dos 7-8 bilhões de dólares! E os 400 / 500 centavos de dólar por libra-peso já está começando a fazer sentido!

Seria esse o motivo que alguns bancos / corretoras / consultorias / traders “vendidos” continuarem publicando projeções / informações “baixistas”, tendenciosas para assustar o produtor? Lembrar que umas das empresas que está com problemas indicava uma safra brasileira 24/25 acima dos 73 milhões de sacas! Alguns bancos / corretoras indicavam uma safra brasileira 24/25 entre 66-70 milhões de sacas e a cotação final para o café em dez-24 abaixo dos 240/210 centavos de dólar por libra-peso. Outros seguem indicando um “gargalo” nos portos onde o Brasil teria 1,80 milhões de sacas aguardando espaço nos navios... E ainda existe uma “insistência” de alguns agentes procurando criar factoides com o “aumento nos estoques certificados” na bolsa de Nova Iorque (lembrando que os estoques certificados saíram de 3,00 milhões de sacas, atingiram 250/300 mil sacas e agora esta ao redor dos 850 mil sacas)...

Nessa semana algumas consultorias voltaram a “afirmar” que a próxima safra brasileira 25/26 poderá ser similar a safra 24/25 (acima dos 65 milhões de sacas) e as chuvas recentes e as chuvas previstas para o período “jan-fev-25” irão “auxiliar no enchimento dos grãos e recuperação das lavouras” já para a safra 25/26...

Ou essas consultorias e seus analistas não conhecem da parte agronômica / fisiológica das plantas e/ou não foram a campo visitar as regiões afetadas para ver “ao vivo e a cores” os estragos já causados e irreversíveis em muitas lavouras pelo Brasil e/ou estão agindo de má fé.

Mesmo agora no final do mês de novembro e primeira semana de dezembro-24 alguns produtores decidiram pela recepa das suas lavouras pois a “quantidade do café estimado nos pés não compensará o custo com a colheita”. Ou seja, a situação do parque cafeeiro brasileiro para a próxima safra 25/26 é critica.

Será que esses bancos / corretoras / consultorias / traders estão “altamente alavancados” com chamadas de margem prontas além das suas capacidades financeiras e com o riso para “serem estopadas” por falta de garantias / fundos dos seus clientes a qualquer momento? Onde estará o “stop” nessas empresas? @ 335 / 350 / 400 centavos de dólar por libra-peso?

Como mencionado no comentário semanal anterior, muitas operações “de balcão” alavancadas, “estruturadas”, “as que aparecem e dobram” quando o mercado atinge “certo preço” foram acionadas. Não apenas no preço do café mas também em operações de câmbio! Ou seja, o mercado continua sentando em alguns “barris de pólvoras e com os pavios já acessos e queimando”. E alguns barris já começaram a explodir!

Nada mudou nos fundamentos. A “oferta x demanda mundial” seguirá justa durante os próximos 2-3 anos e os preços deverão continuar firmes e subindo. Pelo cenário do problema atual da falta de caixa para cobrir a “chamada de margem” creio que em breve estaremos vendo NY negociando acima dos 400 centavos de dólar por libra-peso.

Apesar da indústria já estar aumentando os preços nas gôndolas o consumo segue firme nos principais destinos e nos “países ricos”. Como também já mencionado, as margens das grandes empresas deverão diminuir durante os próximos anos e os “bônus milionários” dos seus executivos deverão ser revistos e cortes deverão ocorrer em breve (como publicado na mídia nessa semana uma das maiores empresas de commodities americanas demitiu 8.000 funcionários agora no mês do Natal).

Aparentemente a Starbucks já está sentindo na “pele” também os resultados de uma política de hedge equivocada... Como irá fazer para “originar / comprar seu café” a preços competitivos agora? Deixou de fazer hedge quando o mercado estava nos 150 / 180 / 200 / 250 centavos de dólar por libra-peso e agora terá que “comprar a mercado”... Vale a pena a leitura:

https://intelligence.coffee/2024/12/starbucks-hedging-a-strategic-gamble/

O mercado interno brasileiro continua firme com negócios reportados novamente acima dos 2.000 R$/saca para o café arábica tipo 6 e acima dos 1.750 R$/saca para o café tipo robusta. Mesmo com o início da colheita da safra do Vietnam os preços em Londres seguem firmes e encerraram a semana acima dos 5.100 US$/tonelada (equivalente a 1.884 R$/saca).

No curto – médio – longo prazo sigo positivo.

Não tem nenhum “fato novo” no radar indicando a possibilidade / probabilidade dos preços voltarem a negociar abaixo dos 240 centavos de dólar por libra-peso. Poderá ocorrer? Claro, basta o R$ desvalorizar apenas -29% nos próximos meses... Ou uma nova crise mundial (como vimos na pandemia de 2020).

Como demonstrado pelo “mercado” nessa semana quando vier alguma realização, algum “evento” não programado o “risco de cauda” poderá derrubar os preços com uma velocidade fora do comum. Ou, o mesmo “risco de cauda” poderá levar os preços a novas máximas históricas.

Por isso, muito importante o produtor aprender de uma vez por todas a se proteger, a comprar o seu seguro contra eventual queda nos preços – as opções de venda “put*” garantindo preços que remunerem os custos da sua lavoura.

Com os preços atuais é possível o produtor garantir preços mínimos acima dos 1.800 R$/saca para os próximos 2 anos!

Para o produtor “vendido”, já com travas realizadas para os próximos 2-3 anos (com preços entre 800-1.400/1.500 R$/saca) a compra de um seguro contra novas altas também é obrigatório. Como mencionado, já existem produtores e cooperativas que “não estão dormindo” pois já sabem que não terão condições para honrar os compromissos assumidos com os contratos firmados para a próxima safra 25/26... E eles também continuam “apostando” que o mercado irá realizar...

Como sempre proteja-se!

Junte-se aos mais de 3.000 profissionais do mercado. Marque na sua agenda para não perder essa chance. O próximo Curso Avançado de Futuros, Opções e Derivativos – Commodities Agrícolas presencial, vai ocorrer dias 08 (terça) e 09 (quarta) de abril de 2025, em São Paulo. Para mais informações contate priscilla@archerconsulting.com.br  

Boa semana a todos!

Marcelo Fraga Moreira*

*Marcelo Fraga Moreira é um profissional há mais de 30 anos atuando no mercado de commodities agrícolas, escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.

** “Call” = opção de Compra

** “Put” = opção de Venda

** “Compra Call-Spread” = compra e venda simultânea de 2 Opções de Compra comprando a Opção com preço de exercício mais baixo vendendo a Opção com preço de exercício mais alto);

** “Venda Call-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Compra vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo e comprando a Opção com preço de exercício mais alto);

** “Compra Put-Spread” = compra e venda simultânea 2 Opções de Venda comprando a Opção com preço de exercício  mais alto e vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo);

** “Venda Put-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Venda vendendo a Opção com preço de exercício  mais alto e comprando a Opção com preço de exercício mais baixo);

** “CFTC” = Commodity Futures Trading Commission – agência independente do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e opções das commodities;

** “IBGE” = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

 ** “Cecafé” = Conselho dos Exportadores de Café do Brasil

** “SECEX” = Secretaria comércio exterior

** “CNC” = Conselho Nacional do Café

** “USDA” = Departamento da Agricultura dos Estados Unidos

** “FNC” = Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia

** “FAS” = Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA*

** “OIC” = Organização Internacional do Café

** “GCA” = Green Coffee Association

** “ABIC” = Associação Brasileira da Indústria de Café

** “Sincal” = Associação dos Produtores do Brasil

** “NDF” = (Non-Deliverable Forward), um contrato a termo de moeda com liquidação financeira, com vencimento para aquele mês

** “Pib” = Produto Interno Bruto

** “FED” = Banco Central Americano

** “NOAA” = Departamento Nacional da Atmosfera e Oceanos dos Estados Unidos

** “EUROSTAT”  = Serviço de Estatística da União Europeia responsável pela publicação de estatísticas e indicadores de elevada qualidade a nível europeu que permite a comparação entre países e regiões

** “OPEP” = A Organização dos Países Exportadores de Petróleo

** “FOMO” = É caracterizada pela necessidade constante que uma pessoa tem de saber o que outras estão fazendo. FOMO, sigla que vem da expressão em inglês “fear of missing out”, que traduzida para o português significa “medo de ficar de fora”.

o investidor fica com receio em perder uma oportunidade no mercado e sai “comprando ou vendendo” para não ficar de fora da “oportunidade” divulgada na mídia (FOMO = Free of missing out A Organização dos Países Exportadores de Petróleo

** “COOXUPÉ” = Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé

** “Coccamig” = Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais

** “PIB” = Produto interno Bruto de um país

** “COPOM” = Comitê de Política Monetária, é um órgão do Banco Central. Ele foi criado em 1996 com o objetivo de traçar e acompanhar a política monetária do país. Esse é o órgão responsável pelo estabelecimento de diretrizes a respeito da taxa de juros

** “BASIS” = O basis é a disparidade de preço causada pela diferença geográfica entre os pontos de entrega da commodity. Ele é calculado subtraindo o valor da commodity no mercado físico em determinada praça, pelo preço do mesmo produto no mercado futuro.

** “Bandas de bollinger” = do inglês bollinger bands, é um indicador de volatilidade bastante utilizado para prever se um ativo está sobre-comprado, estável ou sobre-vendido. Ele é formado por duas médias móveis, uma superior e outra inferior que indicam tal informação. São alguns atributos desse indicador:

Antever os níveis de preço de um ativo

Antecipar topos e fundos de preço no gráfico

Mostrar a intensidade de valorização ou desvalorização de um ativo

Portanto, este indicador tenta mostrar se uma ação está barata ou cara, em um determinado período de tempo.

Desse modo, ele é indicado para operações de curto prazo, day trade ou swing trade.

O autor da técnica é o americano John Bollinger (nascido em 1950), analista financeiro e colaborador da área de análise técnica. John lançou o seu livro Bollinger on Bollinger Bands em 2001, mas essa técnica começou a ser desenvolvida por ele ainda na década de 1980. As bandas são derivadas das médias móveis e mostram que, independente de qualquer movimento que o preço faça, ele tende a voltar a um equilíbrio. Portanto, temos aí um “estreitamento das bandas” no gráfico de candlestick.

** “PMI” = A sigla PMI significa, em inglês, Purchasing Manager’s Index e é um indicador que mede a atividade econômica de um país a partir de pesquisas mensais realizadas por uma empresa privada.

Assim, o PMI também é conhecido como Índice de Gerentes de Compra e seu principal objetivo é fornecer informações sobre a temperatura de alguns setores da economia e orientar os diversos profissionais do mercado.

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