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T Ó P I C O : Café atinge menor cotação em 14 anos na Bolsa de Nova York

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Café atinge menor cotação em 14 anos na Bolsa de Nova York


Autor: Leonardo Assad Aoun

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Último comentário neste tópico em: 18/04/2019 10:35:57


Leonardo Assad Aoun comentou em: 18/04/2019 10:45

 

Café atinge menor cotação em 14 anos na Bolsa de Nova York

 

Movimento de preços internacionais influencia mercado interno brasileiro, com indicadores do Cepea apontando queda em abril

POR RAPHAEL SALOMÃO/GLOBO RURAL

conilon-cafe-café-grão-grao-cafezal (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)
IBGE revisou para cima estimativa de produção para o café arábica, mas manteve a do robusta (Foto: Ernesto de Souza/ Ed. Globo)

O preço do café na Bolsa de Nova York voltou a cair, nesta quarta-feira (17/4), com o contrato para julho de 2019 cotado a US$ 0,8965 por libra-peso, 330 pontos, ou US$ 0,033, de retração. Segundo o Valor Data, é o menor nível em 14 anos. Não se via preço tão baixo desde 27 de setembro de 2005, quando chegou a US$ 0,8815.

O movimento na bolsa reforça a tendência de desvalorização da commodity, verificado também em outros indicadores. O índice composto da Organização Internacional do Café (OIC), que tem entre seus componentes cafés brasileiros e colombianos, acumula queda de 1,28% entre 1º e 16 de abril. A referência foi de US$ 0,9521 para US$ 0,9399 por libra-peso. Em março, a retração tinha sido de 2,85%.

Em meio à pressão internacional, o mercado brasileiro também acumula queda neste mês. Até a terça-feira (16/4), os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) apontam baixa de 3,05% no arábica, referenciado em São Paulo, e de 3,91% no robusta, baseado no Espírito Santo. Na terça, o arábica foi cotado a R$ 381,09 a saca de 60 quilos e o robusta a R$ 290,63.

Em nota, o pesquisador do Cepea Renato Garcia Ribeiro pontua que o mercado observa o andamento da safra brasileira, em fase de colheita. No dia 11 de abril, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estimou uma produção de 53,9 milhões de sacas de 60 quilos. O volume total é 10% menor que o da safra passada, mas considerado bom pelo instituto em ano de bienalidade negativa. 

Mesmo com o período de ciclo baixo, que atinge principalmente o arábica, o IBGE aumentou a estimativa de produção da variedade em 1,3% em comparação com o relatório anterior, apostando em de 38,7 milhões de sacas (-13,8% em relação a 2018). E manteve estável a previsão para o robusta em 15,2 milhões de sacas (+1,6% em relação a 2018).

A variação cambial também está no foco. E esta quarta-feira (17/4) foi de valorização da moeda americana. No Brasil, com o mercado financeiro de olho na tramitação da Reforma da Previdência no Congresso, a cotação chegou a bater R$ 3,9471 na máxima do dia e acabou fechando a R$ 3,9349, alta de 0,85%.

Superintendente de mercado interno da cooperativa Cooxupé, sediada em Guaxupé (MG), Lucio Dias avalia que, mais do que o quadro de oferta, demanda e estoques, o mercado de café tem sido influenciado pelo movimento financeiro. Segundo ele, investidores têm obtido rentabilidade com diferenciais entre contratos na bolsa.

“Enquanto julho deste ano está assim, o julho 2020 está 1,04 (dólar por libra). O diferencial é de 16,8%. Quem está operando é o mercado financeiro e fazendo esse estrago violento no preço. O círculo para o mercado financeiro está virtuoso”, diz.

Lucio Dias avalia que, se observados os fundamentos, os preços do café deveriam, ao contrário de agora, estar reagindo. A safra brasileira não é tão grande, o mercado está demandado e o que tem sido exportado pelo Brasil é consumido. Os Estados Unidos, por exemplo, estão com estoques reduzidos, diz ele.

“Mas não adianta buscar explicação no fundamento com um mercado tão fraco. Com o que temos visto de fundamento era para estar melhorando, mas só piora”, lamenta o superintendente da Cooxupé.

Nos cafezais do Brasil, a tendência é de aceleração da colheita a partir da próxima semana, acredita Renato Garcia Ribeiro, do Cepea. Mas os cafeicultores devem atentar para o clima, especialmente nas lavouras de arábica, onde foram registradas chuvas na semana passada.

“As precipitações atrapalham a colheita e podem levar à queda dos grãos, prejudicar a bebida e aumentar a possibilidade de fermentação, reduzindo a qualidade dos cafés e limitando ainda mais a rentabilidade”, diz, em nota.

Lucio Dias, da Cooxupé, reforça a preocupação. “Já não é uma colheita tão grande. Houve muita chuva e jogou café no chão. E tem uma perspectiva de piora na qualidade, pouca peneira nos grãos”, diz ele.

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