Leonardo Assad Aoun comentou em: 23/10/2018 18:52

Café: Bolsa de Nova York sobe mais de 300 pts nesta 3ª e reverte parte das perdas da véspera

Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerraram a sessão desta terça-feira (23) com alta de mais de 300 pontos. O mercado externo teve cobertura de vendidos e se recuperou de praticamente todas as perdas da véspera, voltando a testar US$ 1,20/lb.

O contrato dezembro/18 fechou o dia com alta de 340 pontos, a 121,05 cents/lb e o março/19 anotou 124,90 cents/lb com recuo de 345 pontos. Já os lotes com vencimento para maio/19 registraram 127,45 cents/lb com valorização de 345 pontos, enquanto o julho/19 teve 345 pontos de ganhos, a 129,80 cents/lb.

"Os preços ficaram muito baixos ontem, com os especuladores voltando a vender. Eles também venderam açúcar, diferente dos últimos dias e antes das eleições no Brasil. Alguns produtores estão começando a vender também", disse o analista da Price Futures Group, Jack Scoville.

Depois da queda de mais de 400 pontos na véspera, o mercado externo do arábica buscou acomodação técnica nesta terça-feira, com suporte de cobertura de vendidos, segundo reportou a Reuters internacional, apesar da desvalorização do real durante o dia.

Às 16h07, o dólar comercial subia 0,33%, cotado a R$ 3,700 na venda, em dia de aversão ao risco no exterior e de olho no noticiário político. A moeda estrangeira mais valorizada em relação ao real tende a encorajar as exportações da commodity e influencia diretamente nos preços externos do arábica.

Do lado fundamental, poucas novidades têm movimentado o mercado. De acordo com o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP), as chuvas desses primeiros dias de outubro têm auxiliado o pegamento das floradas abertas no Brasil.

"O clima ideal para as lavouras brasileiras com um Real mais vantajoso que no começo de 2018 deve ser considerado na estratégia de vendas futuras de quem tem capacidade de se organizar", disse Rodrigo Costa, diretor da Comexim nos Estados Unidos.

Mercado interno

Os negócios com café melhoraram no país nos últimos dias. "No mercado físico brasileiro os preços em reais evoluíram, mas não no mesmo percentual da ICE em Nova Iorque. O mercado foi comprador, porém, apesar da evolução dos preços, o volume de lotes ofertados pelos cafeicultores não cresceu", destacou o Escritório Carvalhaes.

Na segunda-feira (22), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 447,39 e queda de 2,34%.

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