T Ó P I C O : O café mais caro de todos os tempos
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O café mais caro de todos os tempos
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 07/12/2017 11:50:09
Leonardo Assad Aoun comentou em: 07/12/2017 06:13
O café mais caro de todos os tempos
O café mais caro de todos os tempos foi produzido no Cerrado Mineiro
Por Ensei Neto/Estadão
O ciclo de uma safra de café começa com a florada, que ocorre na Primavera, geralmente em setembro e outubro de cada ano, e segue caminho até o momento da colheita dos frutos.
Vem, então, o momento da secagem, quando o produtor pode escolher entre diversos processos de preparação para secar as sementes, que serão responsáveis pelos aromas e sabores de cada xícara depois de torradas.
Como forma de estímulo aos cafeicultores na busca da excelência em produção de cafés, para que mais sementes de alta qualidade sejam produzidas a cada safra, desde o princípio dos anos 1990 deu-se início aos concursos de qualidade.
No Brasil, a primeira empresa a realizar esse tipo de concurso, onde os cafeicultores são premiados pelos melhores lotes de café produzidos em cada safra, foi a torrefação italiana Illy, instituído pelo seu então presidente, o carismático Dr. Ernesto Illy. Num momento em que os preços de café haviam desabado abaixo do custo de produção, esse concurso foi um alento aos produtores e demonstrou que uma relação comercial poderia extrapolar além de simplesmente frias operações de compra e venda.
Anos mais tarde, numa iniciativa da antiga SCAA – Specialty Coffee Association of America em parceria com a BSCA – Associação Brasileira de Cafés Especiais, foi testado um modelo diferente, onde os cafés selecionados num concurso poderiam ser vendidos através de um leilão internacional. Foi o início do Cup of Excellence/CoE, que depois passou a ser administrado pela empresa ACE – Alliance for Coffee Excellence, que replicou o modelo em diversos países produtores de café.
Nesse novo modelo, o Brasil começou a ganhar destaque, sendo que em 2005 teve seu café campeão do concurso, que foi produzido pela Fazenda Sertão, da Dona Nazareth Pereira, de Carmo de Minas, MG, como o mais caro do mundo, com lance dado pelo Café Artigiano, de Vancouver, Canadá, que atingiu o equivalente a US$ 6,58 a saca de 60 kg.
O vencedor do concurso na versão de Cereja Descascado (CD) da safra deste ano foi o produtor Gabriel Nunes, Fazenda Bom Jardim, de Patrocínio, MG, com um lote da variedade Bourbon. Esta foi a primeira surpresa, pois nos últimos anos apenas cafés produzidos em regiões de montanha vinham conquistando esse concurso. Nesta foto, o Gabriel está provando lotes produzidos em sua fazenda comigo.
A segunda surpresa aconteceu durante o leilão, quando o lote foi arrematado por um consórcio de cafeterias do Japão e Austrália alcançou estratosféricos US$ 17,222 a saca de 60 kg ou mais de R$ 55 mil. É mais do que suficiente para comprar um bastante bom carro compacto zero km!
Olhando esse número, você provavelmente deve estar pensando: a quanto, então, será vendido esse café depois de torrado ou em xícara? Afinal, são mais de R$ 900,00 o kg do café cru!
Na verdade, trata-se de uma excelente estratégia de marketing por parte dos compradores, pois certamente serão lembrados por muito tempo por esse feito. Certamente, ao venderem em suas cafeterias, a xícara terá um valor alto, mas nem tanto para que várias pessoas possam ter a experiência de beber o café mais caro do mundo de todos os tempos.
A boa notícia é a de que alguns lotes muito bons desse produtor e outros que ficaram entre os finalistas ficaram no Brasil e poderão matar a curiosidade de muita gente em experimentar cafés de produtores tão especiais.
Abraços cafeinados!
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