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T Ó P I C O : C A F É - Carta aberta do Dep. Carlos Melles ao Ministro Blairo Maggi

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Comentários do Tópico

C A F É - Carta aberta do Dep. Carlos Melles ao Ministro Blairo Maggi


Autor: Leonardo Assad Aoun

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2 comentários

Último comentário neste tópico em: 21/08/2017 14:37:20


Leonardo Assad Aoun comentou em: 17/08/2017 13:39

 

C A F É - Carta aberta do Dep. Carlos Melles ao Ministro Blairo Maggi

 

Caro Ministro Blairo Maggi,

                           Brasília, 15 de agosto de 2017.

A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural com a participação da Comissão de Finanças e Tributação e da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços, aprovaram a realização de Audiência Pública para discutir a política de café, que acontecerá no dia 24/08/2017 (quinta-feira), às 10h, no Plenário 6, Câmara dos Deputados

A Frente Parlamentar da Agropecuária - FPA, a Frente Parlamentar do Café – FPC e a Frente Parlamentar do Cooperativismo – FRENCOOP gostariam de esclarecer alguns pontos sobre a política de café, para que, no nosso entendimento, na parceria que temos com o MAPA, possamos trazer certo conforto e, sobretudo, benefícios para o produtor e, consequentemente, para toda cadeia do café.

Como a audiência ocorrerá na próxima semana, gostaríamos de pautar alguns pontos de vista.

Temos percebido que o senhor e a equipe do Ministério têm ficado um pouco confusos sobre o aspecto da representação e da representatividade, que obviamente emanam do Conselho Deliberativo da Política do Café – CDPC.

As reuniões do CDPC têm ocorrido de forma muito esparsa, sem gravação, sem pauta prévia e sem a devida participação do Congresso Nacional. Então, entendemos pela necessidade da reconfiguração do CDPC e propomos que ele deve ter representantes das frentes FPA, FPC e FRENCOOP, uma vez que a cadeia produtiva do café se insere dentro dessas três frentes.

A outra sugestão sobre o DECAF, que até hoje está funcionando com diretoria interina, e gostaríamos que o senhor acatasse, com a nossa responsabilidade, a indicação política das três frentes de nome para o cargo de diretor, que tem o respaldo político dentro do Congresso Nacional, necessário para a sustentação na política do café.

Por fim, é importante discutirmos sustentabilidade em sua amplitude econômica, social e ambiental.

No caso da sustentabilidade econômica, temos que falar no preço de garantia, no crédito de custeio (que é o capital de giro do produtor), no crédito da comercialização, e isso tudo passa por uma gestão que tem sido distante do FUNCAFÉ.  É necessário que o fundo tenha uma modernidade de gestão, e estamos apresentando aqui ao senhor como ele pode fazer jus à finalidade para qual ele foi feito.

Então, listamos oito ações que entendemos e vamos mostrar e provar que, para produzir, o produtor precisa de renda, e defender o produtor é defender o café. Para dar conforto e segurança na formação e gestão da política de café, trazemos algumas estatísticas que demonstram a crise se sustentabilidade da cadeia produtiva.

Dessa forma, agradeço e espero que nesta terça-feira possamos acertar o passo na política cafeeira.

01 – NOVO PREÇO MÍNIMO DE GARANTIA (PMGP) com base do ESTATUTO DA TERRA (Deverá ser fixado observando o custo efetivo da produção, acrescido das despesas de transporte para o mercado mais próximo e da margem do produtor, que não poderá ser inferior a 30%).

02 – PROGRAMA DE OPÇÃO como política de governo para todos os produtores de café, pelo prazo de 5 anos-safra, buscando atingir um volume de 5% a 10% da produção anual de café arábica.

03 – DEFINIÇÃO DE RECURSOS PARA CUSTEIO E COMERCIALIZAÇÃO, COMPATÍVEIS COM A NECESSIDADE DO SETOR PRODUTOR DE CAFÉ (Importante que estes recursos sejam liberados no volume e no tempo certo, para que possam atender as necessidades do produtor)

04 – PROGRAMA PEPRO (Prêmio de Escoamento de Produção), adotado como política de governo por 5 anos –safra, para volume equivalente a 30% da produção de cada ano com prêmio de 20% acima do preço mínimo fixado.

05 – RECURSOS DO FUNCAFÉ, revisando a política de utilização do Fundo, como fonte mitigador de riscos, e também estudo de capitalização do Fundo.

06 – AUDITORIA INTERNA E EXTERNA, realizando levantamento da safra, consumo interno e externo, estoques de passagem, de forma absolutamente isenta, independente e confiável.

07 – REVISÃO DO ARRANJO INSTITUCIONAL DO CAFÉ, para que o CDPC volte a cumprir o papel a quem foi criado, com autonomia e sintonizado com as necessidades e demandas reais do setor cafeeiro nacional.

08 – REVER A ATUAÇÃO DO BRASIL NA OIC, CUJO REPRESENTANTE FOI INDICADO PELO GOVERNO BRASILEIRO.

Atenciosamente,

Deputado Federal CARLOS MELLES

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Marco Antonio Jacob comentou em: 17/08/2017 16:23

 

É responsabilidade do Brasil ter uma politica cafeeira inteligente e soberana.

 

Prezado Deputado Carlos Melles , 

Parabenizo -o por sua iniciativa em debater uma politica cafeeira para o Brasil .

Defender uma verdadeira politica cafeeira é defender uma causa humanitária mundial , pois desde a divulgação pela  OIC  do  relatório publicado em  Setembro de 2016 ,  já se anunciava a perda de rentabilidade dos produtores mundiais .

Com a DECLARAÇÃO FINAL DOS PARTICIPANTES DO PRIMEIRO FORO MUNDIAL DE PAÍSES PRODUTORES DE CAFÉ , publicada em 12 de Julho , relatando que  uma grande parte do produtores mundiais de café encontram-se na pobreza , devido aos baixos preços do café , é necessário reverter a atacar este problema urgentemente , pois falamos da dignidade de milhões de pessoas no mundo .

Então defender melhores preços para o café , para mitigar a perda de rentabilidade dos produtores mundiais é uma necessidade para que milhões de pessoas que sobrevivem da cafeicultura tenham um futuro melhor.

É vergonhoso e inadimissivel se calar num momento deste , e o Brasil é um dos protagonistas do cenario mundial do café.

Sabemos que o Brasil pratica politica predatória de exportações de café , não valorando o fruto de milhares de cafeicultores brasileiros.

O Ministério da Agricultura Pecuaria e Abastecimento intervem de forma ílegal na formação dos preços , quando "inventa" critérios para determinar o PREÇO MÍNIMO DE CAFÉ , pois não há base legal para determinar PREÇO MíNIMO apenas pelo CUSTO VARIAVEL .

Assim sendo , quando publica preços mínimos de café abaixo do custo de produção e muito abaixo do preço minimo estipulado pela legislação , age para deteriorar as cotações em detrimento de todos produtores mundiais.

A unica legislação que normatiza o PREÇO MÍNIMO é a Lei 4.504 ,  ESTATUTO DA TERRA , que diz claramente que o PREÇO MÍNIMO deve ser apurado baseado no CUSTO EFETIVO DE PRODUÇÃO ( CUSTO FIXO + CUSTO VARIAVEL) , acrescidos de no mínimo 30% de margem de lucro do produtor.

Assim sendo , a LEGISLAÇÃO deve prevalecer , e , o ESTATUTO DA TERRA é LEI .

Nossa Constituição Federal em seu artigo 187 estabelece que :

 “ A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente:
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização;

Então veja que nossa Constituição Federal esta sangrando , pois  a POLITICA AGRICOLA CAFEEIRA não esta sendo executada pelos critérios estabelecidos por lei , inclusive com preços mínimos incompativeis com custo de produção.

Assim sendo , espero que esta Audiência Pública comece a nortear os rumos de uma próspera e virtuosa POLITICA PUBLICA CAFEEIRA  para o Brasil , e , que ajude a mitigar a pobreza dos produtores mundiais de café.

Aproveito para solicitar que acrescente a discussão , os Preços Minimos de Exportação , baseados no Preço Minimo de acordo com a Lei 4504, Estatuto da Terra, de 30 de novembro de 1964, que regula a Promoção da Política Agrícola , pois não podemos permitir a transferencia de café com preços vis ao exterior.

Também seria propicio discutir a criação do FUNDO SOBERANO DE CAFÉ DO BRASIL , com parte minima das reservas internacionais para lastrear a compra do Estoque Regulador e Estratégico do Brasil , pois sabemos que o Orçamento Federal é limitado.

Esta mais que na hora do cafeicultores mundiais serem minimamente recompensados pela sua produção .

O Brasil deve tambem discutir o incremento do consumo de café no Mundo , e inclusive  nos proprios paises produtores , pois consumir café gera riquezas.

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