T Ó P I C O : Preço mínimo do café está fora da realidade, diz Carvalhaes
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Preço mínimo do café está fora da realidade, diz Carvalhaes
Autor: Leonardo Assad Aoun
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Último comentário neste tópico em: 24/04/2017 17:06:01
Leonardo Assad Aoun comentou em: 24/04/2017 13:59
Preço mínimo do café está fora da realidade, diz Carvalhaes
Em boletim semanal, empresa vê “reação tímida” das lideranças do setor
POR RAPHAEL SALOMÃO
Preço mínimo do café arábica passou para R$ 333,03 a saca e o do robusta foi para R$ 233,59 (Foto: Michael Allen Smith/CCommons)
Os preços mínimos estabelecidos pelo governo federal para o café estão fora da realidade. É a avaliação do Escritório Carvalhaes, de Santos (SP), para quem os valores, que servem de referência para programas de apoio à comercialização do produto, devem ser ainda maiores.
Nesta semana, foi anunciado que o preço mínimo para o café arábica, a variedade mais produzida no país, passou dos atuais R$ 330,24 para R$ 333,03 a saca no ciclo 2017/2018, que começa em julho. A referência para o conilon foi reajustada de R$ 208,19 para R$ 233,59 a saca de 60 quilos.
“Esses números estão fora da realidade e precisam ser revistos para mais. Chama atenção a tímida reação das lideranças da produção. Tanto com as fortes quedas das cotações do café em um período de escassez como com a falta de realidade no reajuste dos preços mínimos do café”, avalia a empresa, em boletim semanal de mercado.
Também em relatório semanal, o Conselho Nacional do Café (CNC) cobrou preços mínimos “mais condizentes com a verdade dos custos de produção da atividade”. A entidade discorda dos argumentos utilizados pela Companhia Nacional de Abastecimento e que serviram de base para estabelecer os valores de referência do governo federal.
O CNC afirma, por exemplo, que a Conab estimou redução nos custos de produção em lavouras mecanizadas em Minas Gerais e São Paulo. Mas contesta, dizendo ter constatado elevação desses custos, especialmente com a manutenção do maquinário e a variação dos preços dos combustíveis.
“Ao longo dos últimos meses, o CNC se reuniu três vezes com o Governo Federal para tratar da matéria. Em duas audiências no Mapa e em uma na Conab, apresentamos que o estudo desenvolvido pela estatal possuía incoerências com a realidade do campo, o que impactaria negativa e diretamente no estabelecimento dos preços mínimos para o café na safra 2017”, diz o boletim.
Desvalorização
Questionados, os novos preços mínimos vieram em um momento de desvalorização do café. Nesta semana, o contrato com vencimento em julho, o mais negociado na bolsa de Nova York, caiu de US$ 1,45 para US$ 1,33 por libra peso. Há três meses, em 22 de janeiro, o mesmo papel fechava a US$ 1,60 por libra peso em Nova York.
“Isso acontece às vésperas da colheita de uma safra de ciclo baixo no Brasil, maior produtor e exportador mundial, que para chegar ao final do atual ano safra 2016/2017, de ciclo alto, foi obrigado a diminuir exportações e a leiloar o que restava de seus estoques governamentais”, ressalta Carvalhaes, para quem a bolsa está submissa aos interesses de curto prazo dos operadores.
No mercado interno, a queda do café arábica é 2,87% neste mês, conforme o indicador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). No dia 3 de abril, a referência baseada no Estado de São Paulo estava e, R$ 476,12 a saca. Na quinta-feira (20/4), chegou a R$ 461,71.
Em boletim de mercado divulgado nesta semana, os pesquisadores veem uma “relativa estabilidade” nas cotações internacionais e na taxa de câmbio como o fator que pressiona as cotações. A liquidez no mercado é baixa, restringindo os volumes comercializados.
No café conilon, mesmo depois de um ano de forte queda de produção, a pressão sobre os preços vem do avanço da colheita, diz o Cepea. O indicador baseado no Espírito Santo, principal produtor da variedade, acumula baixa de 6,55% em abril. No dia 3, a saca de 60 quilos estava cotada a R$ 436,89. Na quinta-feira (20/4) o valor foi R$ 409,64.
“O mercado doméstico seguiu com baixa liquidez no spot (disponível). Vendedores continuam retraídos já que os preços encontram-se aquém das suas expectativas. Também há retenção na ponta compradora devido ao avanço da colheita nas regiões produtoras de conilon”, reforça o CNC.
Via Revista Globo Rural
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