Os contratos futuros do café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) sobem cerca de 400 pontos nesta tarde de terça-feira (25) e estendem os ganhos registrados na véspera. O mercado segue atento às recentes intempéries climáticas no Brasil, que tem lavouras em plena florada. Problemas com a safra neste momento podem prejudicar o abastecimento do grão no próximo ano. Compras por parte dos fundos especuladores e o câmbio também garantem suporte aos preços externos da variedade.

Com esse novo avanço, os preços externos do arábica já estão acima do patamar de US$ 1,65 por libra-peso. Pelo horário de Brasília, às 09h11, o vencimento dezembro/16 estava cotado a 159,65 cents/lb com alta de 175 pontos, o março/17 registrava 163,15 cents/lb também com avanço de 175 pontos. Já o contrato maio/17 estava sendo negociado a 165,40 cents/lb com 175 pontos positivos e o julho/17, mais distante, subia 175 pontos, cotado a 167,30 cents/lb.

De acordo com o analista de mercado da Maros Corretora, Marcus Magalhães, a ansiedade climática aliada à queda do dólar sustentam os mercados nesta terça-feira. As lavouras da safra 2017/18 do Brasil estão em plena florada e condições climáticas adversas neste momento podem prejudicar a produção no próximo ano e até desequilibrar o abastecimento mundial.

"A grande verdade é que os grandes players internacionais não querem devolver as posições compradas acreditando num cenário de curto e médio prazo interessantes", afirmou ontem (24) Magalhães. "O quadro fundamental preocupa a todos. Uma crise de abastecimento agora é tudo o que não se precisa se nós tivermos ano que vem mais um ciclo produtivo no Brasil com problemas", ressaltou.

De acordo com mapas climáticos, durante a semana podem ocorrer pancadas de chuvas em diversas áreas do cinturão produtivo do Brasil com acumulados entre 70 e 100 milímetros no Sul e Leste de Minas Gerais. Em São Paulo, também devem ocorrer pancadas de chuvas ao longo da semana com precipitações entre 50 e 70 milímetros.

Paralelamente aos fundamentos, o mercado do arábica na ICE também avança nesta terça com compras especulativas por parte dos fundos e também acompanha o câmbio. Na véspera, a moeda estrangeira atingiu o menor patamar desde julho de 2015. Às 11h59, a moeda norte-americana subia 0,27%, cotada a R$ 3,1291 na venda, realizando ajustes ante as recentes quedas.

Apesar das valorizações externas, os negócios no Brasil seguem isolados com os produtores à espera de patamares ainda mais altos nos próximos meses. Os preços nas praças de comercialização do Brasil têm acompanhado as valorizações externas. Por volta das 9h, o tipo 6 duro registrava em Guaxupé (MG) R$ 525,00 a saca de 60 kg com alta de 0,96%, em Patrocínio (MG) o tipo estava cotado a R$ 505,00 a saca com valorização de 1,00% e em Espírito Santo do Pinhal (SP) anotava R$ 500,00 a saca – estável.

Na segunda-feira (24), o Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, teve a saca de 60 kg cotada a R$ 512,09 com valorização de 0,49%.