Leonardo Assad Aoun comentou em: 28/11/2025 02:33

Exportação de café em 2025 cai em volume mas cresce em receita

Receita com exportação de café é recorde (US$ 12,7 bilhões) de janeiro a outubro de 2025, apesar da queda no volume.

Café do Brasil na China (foto: J.C.Cardoso)

A exportação brasileira de café, de janeiro a outubro de 2025, somou 33,28 milhões de sacas de 60kg, volume 20,3% inferior ao registrado no mesmo período de 2024 (41,77 milhões de sacas). Mas a forte valorização do preço da commodity fez a receita cambial crescer 27,6%, alcançando US$ 12,715 bilhões, ante US$ 9,96 bilhões registrados de janeiro a outubro do ano passado.

Em relação aos Estados Unidos, a exportação de café – afetada pelo tarifaço de 50% de Donald Trump – nos primeiros 10 meses de 2025 caiu 28,09%, acima da queda média. Mas praticamente todos os países tiveram volumes menores, com destaque para a Alemanha, segundo maior importador do café brasileiro, que reduziu suas compras em 35,39%.

Entre os 10 maiores importadores brasileiros, apenas 4 aumentaram as compras de janeiro a outubro de 2025, na comparação com o mesmo período de 2024. O destaque ficou para a Ásia: a China (10º maior) elevou suas compras, em volume, para 917 mil sacas de 60kg, alta de 27,75%. O Japão, 4º maior, elevou as compras em 18,46%, para 2,2 milhões de sacas.

Os dados dos Cafés do Brasil constam do relatório mensal outubro 2025 do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), disponível na íntegra no Observatório do Café do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café.

Para o presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, o desempenho dos embarques vem sendo impactado por uma série de fatores, como logística, infraestrutura portuária e política, mas segue dentro de um contexto esperado.

“O recuo das exportações era aguardado, principalmente por virmos de remessas recordes em 2024 e de uma safra com menor potencial produtivo. O cenário foi agravado, contudo, pela infraestrutura defasada nos portos brasileiros, que segue impossibilitando o embarque de centenas de milhares de sacas, e pelo tarifaço de 50% imposto pelos EUA, que diminuiu sobremaneira os embarques para esta nação. Já a receita maior reflete as também maiores cotações no mercado internacional”, explica.

Considerando somente outubro de 2025, verifica-se que o volume de exportação do café brasileiro totalizou 4,14 milhões de sacas, volume 20% inferior às 5,17 milhões de sacas vendidas no mesmo mês de 2024. Apesar da queda no volume exportado, a receita cambial registrou crescimento de 12,6%, subindo de US$ 1,47 bilhão para US$ 1,65 bilhão no período analisado.

No mês passado, o volume exportado para os EUA caiu 54,37%; para a Alemanha, a queda foi de 54,91%. Na outra ponta, a China elevou a importação em nada menos que 176,42%, mas a maior alta foi da Colômbia, que entrou para o “top 10” em outubro com um aumento de 308,40%. A variação parece indicar que o café brasileiro fez uma parada no país vizinho antes de seguir rumo aos Estados Unidos.

A exportação nacional de café da espécie arábica (Coffea arabica) foi responsável por 79,9% do volume total, ao atingir 26,60 milhões de sacas. A espécie Coffea canephora (café conilon e robusta), com 3,51 milhões de sacas, alcançou 10,5% de participação, enquanto o café solúvel representou 9,3% do total, com o equivalente a 3,11 milhões de sacas exportadas no acumulado de 2025.

Fonte: Monitor Mercantil

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